Descoberta uma nova estátua na ilha da Páscoa

A estátua de pedra foi encontrada num lago seco, junto à cratera de um vulcão. Os arqueólogos locais acreditam que vão aparecer novas estátuas da ilha da Páscoa nos próximos tempos.

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A estátua maoi agora encontrada na ilha de Páscoa tem 1,5 metros de altura Comunidade Ma'u Henua/EPA

Há uma nova estátua a juntar-se à colecção de quase mil estátuas existentes na ilha de Páscoa, no Chile. Ou, como também são conhecidas estas estátuas gigantescas de pedra, há mais uma cabeça da ilha de Páscoa.

Uma equipa de arqueólogos encontrou a nova estátua moai (como também são conhecidas localmente) num leito de lago seco na pequena e remota ilha de Páscoa, localizada no meio do oceano Pacífico. Os cientistas estavam a estudar o local depois de uma série de incêndios ter afectado esta ilha no ano passado.

A estátua moai semienterrada, que tem 1,5 metros de altura, irá agora ser avaliada para determinar em que estado se encontra. A ilha de Páscoa está repleta de centenas de cabeças de pedra imponentes, mas elas continuam a enfrentar ameaças naturais com regularidade, incluindo os incêndios que levaram à descoberta desta estátua.

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A nova estátua moai foi encontrada no lago da cratera de um vulcão, que secou nos últimos anos e expôs a estátua soterrada Comunidade Ma’u Henua /EPA

A estátua foi encontrada a 21 de Fevereiro por um grupo de cientistas voluntários, de acordo com o jornal The Guardian. Estava num lago seco, que terá, segundo Salvador Atan Hito, director da comunidade Ma’u Henua, que gere o parque nacional desta ilha, começado a secar em 2018, tornando possível explorar o que se encontra debaixo deste lago – que está inserido na cratera de um vulcão.

Esta descoberta pode significar que há mais estátuas e ferramentas usadas pelo povo de Rapa Nui (nome original da ilha de Páscoa) que poderão estar enterradas em zonas próximas a este local.

“Esta é a primeira vez que algo foi encontrado nesta bacia”, diz o arqueólogo José Miguel Ramirez, da Universidade Técnica Federico Santa Maria, no Chile. “Acho que vão continuar a aparecer mais [estátuas]”, aponta o investigador.

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As estátuas moai dispostas na ilha de Páscoa, no oceano Pacífico PABLO SANHUEZA/REUTERS

A ilha de Páscoa, um território chileno a cerca de 3540 quilómetros do continente sul-americano, é um parque nacional protegido e também Património Mundial da UNESCO. Os investigadores acreditam que os primeiros habitantes da ilha chegaram há mais de mil anos e que as famosas estátuas monolíticas terão sido erguidas há cerca de 400 a 700 anos.

“O que vimos hoje é muito importante porque faz parte da história do povo de Rapa Nui”, explica Salvador Atan Hito, líder da comunidade indígena Ma’u Henua.

Estas estátuas moai foram criadas com cinzas vulcânicas solidificadas e estão voltadas para a ilha com a cabeça visível e o tronco enterrado.