EDP Comercial perdeu 106 mil clientes de electricidade em 2022
Na comercialização de gás, a redução foi de 99 mil clientes e quase metade foi para o regulado.
A EDP Comercial, empresa do grupo EDP que opera no mercado liberalizado de energia, perdeu 106 mil clientes de electricidade em 2022. De acordo com os resultados apresentados esta quarta-feira pelo grupo EDP, a empresa passou de 4,022 milhões de clientes no mercado liberalizado, para 3,916 milhões, o que traduz uma descida de 2,6%.
Ainda assim, a empresa continua a ser a líder de mercado em Portugal, com uma quota superior a 70%.
Enquanto isso, a empresa do grupo EDP que abastece a totalidade do mercado regulado, a SU Electricidade, ganhou mais 43 mil clientes, finalizando o ano com uma carteira de 973 mil clientes, o que também significa que houve mais clientes a optar pelo preço regulado.
A tendência foi semelhante na comercialização de gás natural. Segundo a apresentação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa perdeu 99 mil clientes de gás no mercado liberalizado.
Já no mercado regulado, a EDP Gás, que tem concessão em vários municípios do Norte do país, recebeu mais 45 mil clientes, para um total de 77 mil no final do ano, devido à possibilidade aberta pelo Governo, em Outubro, de permitir o regresso dos consumidores à tarifa regulada, como já acontecia para a electricidade.
A mudança legislativa deu-se precisamente depois de a EDP ter anunciado, a partir de Outubro do ano passado, subidas na ordem dos 30 euros nos seus tarifários de gás.
Considerando as movimentações de mercado que também se registaram em Espanha, no ano passado, a EDP viu a sua carteira de clientes de electricidade recuar 1,3%, para 4,909 milhões, e a de gás diminuir 8%, para 631 mil clientes.
As vendas de electricidade aumentaram 6%, para 32.885 gigawatts hora, enquanto as de gás diminuíram 15%, para 6997 gigawatts hora.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) da actividade comercial do grupo EDP, que também inclui áreas de negócio como o solar descentralizado e os postos de carregamento eléctrico, subiu 63%, para 196 milhões de euros.