Desemprego volta a aumentar e passa para 7,1% em Janeiro

Há 374,8 mil pessoas desempregadas em Portugal, mais 68,3 mil do que no início do ano passado. Desemprego jovem está acima dos 20%, tal como em Janeiro de 2022.

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A subutilização do trabalho em Portugal abrange 671,7 mil cidadãos Bárbara Raquel Moreira

A taxa de desemprego voltou a aumentar em Janeiro, passando a corresponder a 7,1% da população activa em Portugal. É o terceiro mês consecutivo em que se regista um agravamento.

Os dados mensais publicados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre a evolução do mercado de trabalho mostram que, com este agravamento, o nível de desemprego voltou a estar no mesmo patamar em que se encontrava em Janeiro de 2021, durante a pandemia e próximo do que se encontrava em Abril e Maio desse ano, altura em que a economia portuguesa se encontrava coberta por medidas de apoio às empresas e aos trabalhadores por causa da situação sanitária. É o registo mais alto desde Novembro de 2020.

A taxa de desemprego manteve-se abaixo dos 6% durante vários meses de 2022. Em Maio tocou nesse degrau, mas durante o Verão aliviou e voltou a ficar abaixo desse nível, mas em Setembro e Outubro regressou a essa percentagem e, a partir daí, começou a subir: em Novembro passou para os 6,5%, em Dezembro para os 6,8% e, agora, chegou já aos 7,1%.

O INE estima que havia em Janeiro 374,8 mil pessoas desempregadas, um aumento quer em relação a Dezembro (mais 19,6 mil), quer em relação a três meses antes (61,3 mil), quer em relação ao número registado um ano antes (68,3 mil).

Embora a população desempregada tenha aumentado, a população empregada também aumentou, nas três circunstâncias — havia em Janeiro 4,89 milhões de pessoas no mercado de trabalho.

Registou-se um crescimento na população activa (para 5,27 milhões de pessoas, uma diferença de 0,8% face a Dezembro) e um decréscimo menor da população inactiva (para 2,425 milhões de pessoas, uma diminuição de 0,4% em relação ao mês anterior).

Além dos 374,8 mil cidadãos desempregados, o INE estima existirem em Portugal 147,8 mil pessoas que trabalham a tempo parcial (sendo considerada uma situação de subemprego), a que se somam 116,4 mil cidadãos inactivos disponíveis para trabalhar mas que não procuraram emprego nas últimas quatro semanas do período do inquérito do instituto estatístico, e há ainda 32,7 mil cidadãos inactivos à procura de emprego mas não disponíveis para começar a trabalhar imediatamente nas duas semanas seguintes. Este universo corresponde a 671,7 mil pessoas, que, juntas, são estatisticamente consideradas a população em subtilização do trabalho.

Esta população tem vindo a aumentar nos últimos meses — em Outubro eram 608,2 mil, em Novembro eram 634,1 mil, em Dezembro 659 mil — fazendo com que a taxa de subutilização seja agora de 12,4%, “valor superior em 0,2 pontos percentuais ao do mês anterior, em 1 ponto percentual ao de três meses antes e em 0,9 pontos percentuais ao do mesmo mês de 2022”, indica o INE.

Há 297,2 mil jovens no mercado de trabalho (dos 16 aos 24 anos) e 373,8 mil no desemprego. A taxa de emprego jovem é de 30% (superior à que se registava há um ano e ligeiramente acima da de Outubro e Novembro, mas ligeiramente abaixo da de Dezembro). Já a taxa de desemprego jovem é de 20,5% (sendo quase idêntica à que se registava em Janeiro do ano passado, 20,4%, mas superior aos valores dos últimos meses).

Dos 374,8 mil desempregados, 198,5 mil são mulheres e 176,3 mil são homens. A taxa de desemprego entre as mulheres continua a ser superior, é de 7,5%, enquanto na população masculina está nos 6,7%.

Os valores indicados já estão ajustados aos efeitos de sazonalidade.

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