Mais de 60% do novo crédito à habitação de 2022 foi contratado por pessoas até 40 anos
Dados do Banco de Portugal mostram que “o número de mulheres que obtiveram crédito foi superior ao número de homens em todos os tipos de crédito, excepto no crédito automóvel”.
Mais de 60% do montante de crédito à habitação contratado em 2022 foi realizado por pessoas com idades até aos 40 anos, que maioritariamente trabalhavam por conta de outrem e tinham ensino superior, segundo dados hoje divulgados pelo Banco de Portugal.
O supervisor e regulador bancário divulgou hoje a caracterização das pessoas que contrataram empréstimos em 2022, a partir de informação da Central de Responsabilidades de Crédito. Em 2022, como é habitual, o principal crédito contratado foi para habitação (para aquisição, construção ou obras de habitação própria permanente, secundária ou para arrendamento).
O novo crédito total ascendeu a quase 28 mil milhões de euros em 2022, dos quais 16 mil milhões de euros para habitação.
Segundo o Banco de Portugal, em 2022, 169 mil pessoas contrataram crédito à habitação, mais duas mil do que em 2021, sendo que duas em cada três residiam nas regiões Norte e Área Metropolitana de Lisboa. Maioritariamente, esses clientes trabalhavam por conta de outrem e tinham escolaridade superior.
Do total do montante de crédito contratado, 61% do valor (cerca de 9,7 mil milhões de euros) foi por pessoas até 40 anos. Até aos 30 anos foi concedido 19% do novo crédito à habitação.
Já 1% do total foi concedido a pessoas reformadas. Do total do crédito à habitação concedido a pessoas reformadas, metade foi a pessoas de nacionalidade estrangeira (sobretudo do Brasil e dos Estados Unidos).
Na região do Algarve é bem maior a proporção de cidadãos de nacionalidade estrangeira entre os reformados que contrataram crédito à habitação, representando 85% (maioritariamente dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Suécia).
Quanto aos outros tipos de crédito, em 2022, 538 mil pessoas contraíram crédito pessoal, mais 94 mil do que em 2021, e 226 mil pessoas contraíram crédito automóvel, mais 4000 do que em 2021.
A maioria dos clientes destes dois tipos de crédito tinha menos de 50 anos, era empregado por conta de outrem e tinha ensino secundário ou superior completos, indicam os dados do BdP.
Nestes casos, 8% do crédito pessoal foi concedido a estrangeiros e no crédito automóvel a proporção foi de 9%. O Banco de Portugal refere que "53% dos estrangeiros que obtiveram crédito pessoal e 70% dos que contraíram crédito automóvel tinham nacionalidade brasileira”.
O ano passado, os bancos que operam em Portugal fizeram dois milhões de novos contratos de crédito com 1,5 milhões de pessoas, num total de 28 mil milhões de euros (acima dos valores de 2021).
Ainda segundo o Banco de Portugal, “o número de mulheres que obtiveram crédito foi superior ao número de homens em todos os tipos de crédito, excepto no crédito automóvel”. Contudo, refere o regulador e supervisor bancário, a análise por montante demonstra que, “com excepção do crédito à habitação, o valor médio dos créditos obtidos por homens foi superior ao valor médio dos obtidos por mulheres”.
Do total dos 1,5 milhões de pessoas que obtiveram crédito, 11% tinham nacionalidade estrangeira (cerca de metade tinha nacionalidade brasileira e a maioria residia na Área Metropolitana de Lisboa).