Neste lar na Suécia, os idosos podem comprar brinquedos sexuais num “cesto de prazer”
Idosos residentes num lar na Suécia podem comprar brinquedos sexuais e receber formação sobre saúde sexual. Objectivo é “permitir que o indivíduo continue a ser um indivíduo”
Falar sobre saúde sexual entre idosos ainda é um assunto tabu. Mas isso não acontece no lar Lindgården em Broby, na Suécia, onde os 56 residentes, com idades entre os 65 e os 100 anos, beneficiam agora de um programa que tem como foco a promoção de uma vida sexual saudável. Uma “questão que tem sido invisível durante anos, mas que está agora gradualmente a ganhar terreno no país", como conclui a sexóloga Suzann Larsdotter, em declarações à AFP.
O objectivo é "permitir que o indivíduo continue a ser um indivíduo mesmo quando se muda para um lar de idosos", diz o director do estabelecimento, Liselott Klang. Quando um novo residente chega ao lar, participa numa discussão informal sobre questões como a intimidade e o desejo. Tudo para perceber quais as necessidades sexuais de cada um.
Os residentes do Lindgården podem comprar livros, cremes, lubrificantes, brinquedos como dildos e anéis para o pénis e uma placa de “não incomodar” para colocar na porta do quarto. Todos estes objectos estão disponíveis naquilo a que chamam “cesto de prazer”.
O projecto Saúde Sexual para Idosos começou no último ano, quando Liselott Klang percebeu que havia a necessidade de criar um espaço seguro para discutir o tema sem constrangimentos, relata a agência de notícias. Apesar de a ideia não ter sido bem recebida inicialmente, Emilie Nilsson, uma das assistentes do lar, admite que “quanto mais se trabalha nela, mais se compreende que não se trata apenas de sexo”.
A sexóloga Suzann Larsdotter deu uma formação a todos os trabalhadores do lar, algo que foi fundamental para normalizar a situação. Segundo o director, os residentes do lar estão a ter reacções positivas ao projecto, apesar de alguma timidez ao início, e também tem ajudado a abrir espaço para se abordarem temas como a tristeza, a saudade ou até mesmo a perda de um parceiro.
Texto editado por Amanda Ribeiro