"Em busca das pequenas coisas", nasceu há dias a Trilhos da Terra, uma agência de viagens, que é a nova "pele" de Bernardo Conde, fotógrafo, líder de viagens há dez anos e mentor do Exodus Aveiro Fest, que decidiu seguir o seu "propósito de vida".
"Sou só eu", resume em conversa com a Fugas Bernardo Conde, engenheiro do ambiente de formação, há oito anos a conduzir grupos da Nomad e ano após ano a pegar nas rédeas do festival que traz a Portugal alguns dos melhores profissionais nas áreas de fotografia e vídeo de viagem e aventura. Tem ainda mais uma camada, os Trilhos da Terra, espaço cultural que é a menina dos seus olhos e que não quis ver "desaparecer" no difícil cenário pós-pandemia, "o maior abanão" para esta emancipação. "É o meu projecto desde sempre e pensei no que poderia fazer para o projecto não morrer", justifica.
Se os Trilhos da Terra — 15 anos de workshops de fotografia, inúmeras tertúlias de viagem, documentários, filmes, concertos, entre tantas outras actividades — "mereciam uma oportunidade", Bernardo decidiu "simplificar", transformando este espaço na agência de viagens, que a partir de agora lhe permitirá focar a sua energia. A agência será "a base do mundo das viagens".
Na prática, Bernardo, sem ambição de tornar a sua agência "numa agência de viagens tradicional", será o único líder de viagens da Trilhos, que para já explorará quatro destinos, Bulgária e o Caminho de Santiago Original (uma data em 2023) e Islândia e Madagáscar (duas datas), ficando para já em segredo algumas aventuras que estão a ser preparadas.
"Sentimos que a viagem é a actividade por excelência que permite, enquanto pessoas, aproximarmo-nos mais dos valores essenciais, a uma vida plena de uma verdadeira riqueza, uma vida de experiências e aprendizagens", descreve a nova agência em comunicado. "Acreditamos que no conhecimento da viagem está a base de uma sociedade mais compreensiva, altruísta, tolerante, activa no que toca ao relacionamento com os outros e com as outras culturas e no que respeita a cuidarmos e compreendermos melhor uma natureza ameaçada."
Numa auto-análise, Bernardo Conde aponta o seu estilo de viagens para "a dimensão humana" e para o "estado de saúde do planeta". "Sou sensível a essas questões todas", diz, procurando que quem o acompanha seja capaz de se "maravilhar" com "pequenas coisas" — e com a natureza mais "avassaladora". "Não precisamos de viajar até aos palácios mais imponentes do mundo para nos sentirmos preenchidos. Às vezes vale mais um chá e um pôr do Sol. Temos que ter a energia e a capacidade de abrir os olhos e de nos aproximarmos às pessoas e à natureza".