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• Especial: Guerra na Ucrânia

O périplo do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pela Europa Ocidental continuou esta quarta-feira com a chegada a Paris, para um encontro com o homólogo francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, num jantar de trabalho no Palácio do Eliseu.

A ideia inicial de Zelensky era seguir de Londres para Bruxelas, mas, segundo a imprensa francesa, o convite para um jantar no Eliseu foi feito em cima da hora, com Scholz a dirigir-se de Berlim para a capital francesa de propósito para reunir com o chefe de Estado ucraniano. Zelensky aterrou no aeroporto de Orly a poucos minutos das 22h de quarta-feira (menos uma hora em Portugal continental), onde foi recebido pelo ministro do Exército, Sébastien Lecornu.

Numa entrevista conjunta ao jornal Le Figaro e à revista alemã Der Spiegel, para lançar o encontro entre os três dirigentes, Zelensky disse acreditar que Macron “mudou de verdade” face à postura que mostrou inicialmente em relação a Moscovo, quando sublinhou a necessidade de “não humilhar a Rússia”. Na altura, as palavras de Macron irritaram Zelensky e as autoridades ucranianas, por considerarem que o Presidente francês estava mais preocupado com o futuro das relações com a Rússia do que com a sobrevivência da Ucrânia.

Agora, esse capítulo parece ter ficado para trás. “Penso que ele mudou e mudou de verdade, desta vez”, afirmou Zelensky. Na entrevista, o Presidente ucraniano preferiu sublinhar o apoio de Paris aos pedidos de armamento de Kiev, juntando-se aos parceiros ocidentais. “Foi ele [Macron] que abriu caminho para a entrega dos tanques. E também apoiou a candidatura da Ucrânia à União Europeia.”

Foi em Janeiro que a França anunciou o envio para a Ucrânia de carros de combate blindados AMX-10 RC, semanas antes de a Alemanha e os EUA terem chegado a acordo para viabilizar o fornecimento de tanques pesados fabricados nos seus países.

A Ucrânia tem insistido agora na necessidade de receber caças modernos e até mísseis de longo alcance. França, tal como o Reino Unido, não tem excluído a possibilidade de enviar aviões de combate e até de treinar pilotos ucranianos, segundo a AFP.

De Paris, Zelensky segue para Bruxelas onde vai participar no Conselho Europeu e discursar no Parlamento Europeu.