Cabeção, em Mora, celebrou o vinho novo e a talha. Festa durou dois dias
A XXVI Prova do Vinho Novo de Cabeção incluiu o primeiro concurso de vinho novo da talha produzido naquela freguesia de Mora e a visita a várias adegas. Ainda houve tempo para ouvir cante alentejano.
E lá vão 26 edições da Prova do Vinho Novo de Cabeção. Desta vez, no evento que regressou no último fim-de-semana àquela freguesia de Mora, o vinho novo da talha produzido na vila foi pela primeira vez a concurso.
Sete jurados avaliaram vinhos de 40 produtores, na Casa do Povo local, na última sexta-feira. O concurso foi organizado pelo Enóphilo.pt. No final, a distinção de Melhor Vinho Tinto foi para o produtor Rogério Copeto e a de Melhor Vinho Branca para a Encosta do Pinhal. Foram ainda atribuídas menções honrosas a Nelson Cristeta, Paulo Rasquete (nos tintos), Avelino Rosado e Luís Leitão (nos brancos).
Numa altura em que Portugal candidata o vinho da talha a Património Cultural Imaterial da Humanidade, houve tempo para ouvir o cante alentejano, outro tesouro do Alentejo que já é património da UNESCO, pelo Grupo Coral Fora D'Oras.
No sábado, várias adegas e produtores de vinho da talha de Cabeção abriram portas a quem as quis visitar. O fotógrafo Carlos M. Almeida registou a festa em torno do vinho da talha, que este mês ganhou uma nova confraria.
A Confraria do Vinho da Talha de Cabeção foi criada no passado dia 3 por um grupo de produtores locais, com os objectivos de preservar a tradição das técnicas ancestrais utilizadas na produção de vinho em talha de barro e promover na vinha a utilização de castas tradicionais portuguesas.
A nova associação sem fins lucrativos quer organizar eventos (provas de vinhos, concursos, conferências e passeios culturais) ligados à vinha e ao vinho, numa vila que conserva meia centena de pequenas adegas, com talhas de barro e onde ainda é feito o vinho da talha como na época dos romanos, há mais de dois mil anos.
E Mora é um dos 22 concelhos que fazem parte da nova Rota do Vinho da Talha.