O “Saber Fazer” da Terra Quente Transmontana faz-se ao turismo: uma nova rota de artesãos
Nova rota do Saber Fazer engloba mais de uma dezena de artesãos. Produtores de instrumentos musicais, de tecelagem ou até das máscaras dos caretos irão abrir as portas das suas oficinas a visitas.
É mais um bom pretexto para visitar a Terra Quente Transmontana, que engloba os municípios de Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Macedo de Cavaleiros, Mirandela e Vila Flor. Este território acaba de lançar um novo produto turístico centrado no saber fazer das gentes daquela região, prometendo novas experiências a quem a visita. Chama-se Rota do Saber Fazer e integra 13 artesãos que abrem as suas casas ao turismo experimental. A proposta visa não só criar uma nova dinâmica económica para o artesanato, mas também aumentar a oferta de actividades que ocupem e mantenham os visitantes no território.
O convite passa, assim, por partir à descoberta das oficinas onde se produzem instrumentos musicais, artesanato em madeira, olaria, tecelagem, tanoaria, trabalhos em xisto, bonecas de trapos, trabalhos em couro e máscaras dos caretos de Podence, entre outros.
“Os turistas vão ter a oportunidade de ficar a saber como se produzem estas peças artesanais, na certeza de que este saber fazer tem de ser protegido e valorizado”, destacou à Fugas Manuel Miranda, secretário-geral da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, entidade responsável pela criação e promoção deste novo roteiro.
Depois de ter sido oficialmente lançada esta sexta-feira, durante a Feira da Caça e do Turismo de Macedo de Cavaleiros, a nova Rota do Saber Fazer já está pronta para ser visitada a partir dos dados e contactos que são disponibilizados no site criado especificamente para este roteiro.
Aos artesãos juntam-se também vários parceiros da área da restauração, alojamento, produção agrícola e animação turística, numa rede que a associação de municípios quer ver alargada a médio prazo.
“Esperamos vir a fomentar ainda mais as parcerias com os operadores turísticos”, frisou Manuel Miranda, já depois de ter notado que este produto “é também uma forma de tentar combater a sazonalidade" do turismo.
Passam a existir razões para uma visita em qualquer altura do ano e até mesmo para várias visitas num só ano. “Queremos dar mais visibilidade às práticas rurais deste território, promovendo actividades e visitas à volta da apanha da azeitona, da apanha da cereja, do fabrico do pão, entre outras”, desvendou aquele responsável.
Um espaço em cada município
Cada um dos concelhos da Terra Quente, segundo foi anunciado, vai ter um espaço dedicado à rota, com informação referente a todo o projecto. Será um local onde o visitante pode ter contacto com as práticas do saber fazer dos artesãos e dos seus produtos, e poderá adquirir os artefactos produzidos na rota.
A associação de municípios decidiu chamar ainda a este projecto - orçado em cerca de 200 mil euros e financiado, em 70 por cento, pelo programa Valorizar - alguns designers.
A ideia passa por fomentar a criação de novas peças, sem adulterar a essência das tradicionais, mas introduzindo alguma inovação. “Desta forma, estaremos a gerar um valor acrescentando”, anunciou o secretário-geral da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana.