Jogador denuncia empresário Miguel Pinho: 30 mil euros para não rematar contra o Benfica

Alegada aliciação aconteceu em hotel no Funchal. Caso consta no processo em que o presidente do Benfica, Rui Costa, foi recentemente constituído arguido.

Foto
Edgar Costa (no centro) é jogador do Marítimo LUSA/HOMEM DE GOUVEIA

O jogador maritimista Edgar Costa acusa o empresário Miguel Pinho – agente de Bruno Fernandes e Nuno Mendes – de lhe ter oferecido 30 mil euros para “jogar mal” e “não rematar à baliza” num jogo contra o Benfica.

O jornal Expresso revela o depoimento do capitão da formação insular, feito perante a procuradora Andrea Marques a 25 de Junho de 2019. O caso está ainda sob investigação, mas terá sido no âmbito deste processo que o presidente do Benfica, Rui Costa, e alguns administradores da SAD foram constituídos arguidos.

Edgar Costa relata que recebeu, dois dias antes do jogo contra o Benfica, a 6 de Maio de 2016, uma chamada de um número desconhecido. Após atender, um homem apresentou-se como agente de futebol e propôs um encontro no hotel Pestana Casino Park, no Funchal, pedido a que o jogador acedeu.

Depois de um encontro com uma figura misteriosa no hall do hotel, Edgar Costa subiu a um quarto no terceiro andar e encontrou-se com uma segunda pessoa. O madeirense conta que os dois homens garantiram que estavam naquela reunião “em nome do Benfica”, prometendo 30 mil euros por um jogo sem remates à baliza e um contrato futuro mais lucrativo para o jogador num outro clube – cujo nome não é conhecido.

O jogador, acompanhado do filho de quatro anos, diz à procuradora ter recusado a proposta, porque queria continuar a ser "um homem livre".

Confrontado com a lista de hóspedes no hotel nesse dia, o jogador identificou Miguel Pinho, responsável pela empresa Positionnumber e agente dos internacionais Bruno Fernandes e Nuno Mendes, como o alegado aliciador. Edgar Costa admitiu ainda à procuradora que foi um dos entrevistados numa reportagem da SIC que abordou suspeitas de manipulação de jogadores do Marítimo.

Ao semanário, Miguel Pinho negou as acusações, considerando-as “descabidas e sem fundamento”.

Sugerir correcção
Ler 12 comentários