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Bruno fez uma curta só com inteligência artificial para “enfrentar” um futuro que “desvalorize a arte”
O realizador Bruno Carnide produziu em 24 horas Janeiro, uma forma de combater “o medo de que o lugar do artista seja tomado pelas inteligências artificiais”.
A tecnologia, a ideia humana e a curiosidade: tudo se cruzou para que o realizador Bruno Carnide criasse uma curta-metragem apenas com inteligência artificial para reflectir o medo e a preocupação de um futuro que “desvalorize a arte e o criador”.
Em 24 horas, Bruno Carnide usou sete programas de inteligência artificial distintos para criar os vários componentes, entre eles o ChatGPT e o 3D Photo Depth. Um gerou o texto, outro a imagem, outro a voz. É só “inserir palavras como sugestão" daquilo que se pretende "e o computador cria tudo automaticamente”. Assim nasceu Janeiro, uma curta que espelha, ao longo de dois minutos e 22 segundos, “o medo de que o lugar do artista seja tomado pelas inteligências artificiais” e que “deixemos de ter artista e criatividade humana”.
O realizador tinha em mente a ideia de “enfrentar o medo com o medo” e quis entender sozinho como funcionam estas tecnologias e como as pode incorporar no trabalho. “Comecei a perceber, através do YouTube, que a inteligência artificial para gerar imagens estáticas está muito desenvolvida e já é usada por artistas e designers como ferramenta de trabalho. Então decidi ser mais ambicioso e fazer algo com uma narrativa maior”, conta.
Até agora, Janeiro dividiu opiniões. Há quem acredite que “aquilo ainda é arte que inclui criatividade humana”, enquanto “também há quem olhe e não consiga ver mão humana”. Em qualquer um dos casos, e enquanto a dúvida continua no ar, “dá a conhecer a muitos profissionais da área que, apesar de ser um mundo completamente desconhecido, já existe".
Texto editado por Amanda Ribeiro