Natal é tempo de histórias com finais felizes. Há cinco anos, a empresa portuguesa de jeanswear Salsa doou 25 mil peças de roupa a uma instituição de solidariedade, que as deveria fazer chegar a famílias carenciadas. Pouco depois, a roupa foi encontrada à venda. Esteve para ser destruída e, só agora, voltou às mãos da marca para ser novamente doada. Agora o destino é a Cruz Vermelha.
Tinha passado pouco tempo desde o donativo a uma ONG nacional quando a Salsa foi notificada de que parte da roupa doada estaria à venda numa loja ilegal, na zona centro do país, recorda, em comunicado a marca. A história tornar-se-ia mediática e avançaria para tribunal, de forma a responsabilizar a instituição e decidir o destino das peças apreendidas.
A justiça acabou por decidir a favor da marca de Famalicão, mas deu ordem para a destruição das peças de roupa. Contudo, a Salsa continuava a acreditar que aquele vestuário podia ter uma segunda vida e procedeu ao pedido junto das autoridades competentes para a recuperar.
Agora, as roupas podem ser doadas novamente. “Neste Natal, o presente da Salsa vai, finalmente, ser entregue”, celebra a empresa no mesmo comunicado. A maioria das peças, adianta, serão doadas à Cruz Vermelha e as restantes a outras instituições que a marca colabora regularmente.
Partilhar esta história, sublinha o director de marca, Luis Monroy, é uma forma de provar que “o bem vence sempre”. E apela com uma mensagem de Natal: “Vamos sempre a tempo de fazer o que é correcto.”
Em 2017, a organização não-governamental Viver 100 Fronteiras, de Santa Maria da Feira, foi acusada de comercializar roupa doada para a Guiné-Bissau. Em causa estavam 96 mil peças de vestuário das marcas nacionais Salsa e Tiffosi avaliadas em 4,25 milhões de euros, noticiou então a agência Lusa. A associação sempre negou todas as acusações e defendia que a roupa apreendida teria como destino efectivamente fins humanitários. Contactada pelo PÚBLICO, a Salsa não confirma se será esta a instituição em causa.
Em 2020, a Salsa foi adquirida pelo grupo Sonae (proprietário do PÚBLICO). A marca de jeanswear, fundada em 1994, está presente em mais de 40 países. Trabalham na empresa mais de 1200 pessoas, entre sede, logística, indústria e pessoal de loja.