O primeiro fim-de-semana do novo Batalha, no Porto, esta sexta-feira, é um "cartão de visita" de uma ambiciosa programação, acto de vanguarda e resistência, ferramenta de fruição cultural, conhecimento e lazer — mas saberá o grande emblema da acção cultural do executivo de Rui Moreira não esmagar a cidade?

Os entusiasmas e as resistências - "acontecimento cultural do ano"; programação de nicho? entidade omnívora e tentacular que poderá secar as experiências de programação e de públicos em redor? - convergem na reportagem de Mariana Duarte.

 

Um dos grande títulos deste ano, e mais um sinal de que 2022 foi do Irão, cinematograficamente falando e não só, chegou às salas. Os Irmãos de Leila é um retrato, severo, da vida iraniana citadina de todos os dias, conservando uma dimensão crucial de fábula económica. Luís Miguel Oliveira escreve sobre o filme de Saeed Roustayi, o senhor de quem se fala.

 

 

Quem é esta compositora que fala da sua música de forma tão plástica e, simultaneamente, tão cirúrgica? Foi compositora residente, da Casa da Música, programa que no sábado terá a sua conclusão.

A Casa da Música, ao longo deste ano, programou a multi-premiada britânica fixada em Berlim Rebecca Saunders (Londres, 1967): seis concertos em que ali se pôde escutar a sua música (um deles agendado para amanhã, dia 10), num total de oito obras (para agrupamento, orquestra e/ou solistas), três das quais em estreia nacional. Foi a propósito desta residência que Rebecca conversou com Diana Ferreira

 

Louvor a Charles Stepney. Quando morreu, o público nem lhe sentiu a falta, embora a sua música fosse escutada por multidões. Agora a sua família lançou Step on Step, um disco que reúne gravações caseiras. Foi o homem que devolveu o sagrado aos que romperam com a igreja, segundo Rui Catalão.

 

Com Lobo e Cão, a sua primeira longa de ficção, a cineasta portuense Cláudia Varejão não perde a sua ligação ao documentário, mas descobre um outro espaço de liberdade e de expressão pessoal. Filma as possibilidades de uma ilha, S. Miguel

Nas salas esta semana depois de ter triunfado em Veneza 2022 ao receber o prémio máximo da paralela Giornati degli Autori, a cineasta dá o passo para o terreno da ficção. É uma história que se poderia definir como de "entrada na idade adulta", centrada no quotidiano de dois adolescentes gay numa comunidade ainda arreigada às tradições, naquele momento entre "lobo e cão": em que já não se é criança mas ainda não se é adulto, em que o futuro ainda não chegou mas o passado já não é o que era. A conversa com Jorge Mourinha está aqui...

 

Deixo-vos com o terceiro álbum dos noise-punks da Cafetra Putas Bêbadas, um manifesto romântico-humorístico-abjecionista despejado sobre este século XXI. É uma proposta de Mário Lopes