Basquetebolista Brittney Griner libertada em troca de prisioneiros

A atleta norte-americana, que cumpria uma pena de nove anos numa colónia penal da Rússia, foi trocada com o traficante de armas Viktor Bout.

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Britney Griner foi condenada em Agosto por tráfico de drogas Reuters/EVGENIA NOVOZHENINA

A basquetebolista norte-americana Brittney Griner, que estava a cumprir pena de prisão na Rússia por tráfico de drogas, foi esta quinta-feira libertada numa troca de prisioneiros com Moscovo que envolveu o traficante de armas russo Viktor Bout.

A atleta, duas vezes campeã olímpica (Rio 2016 e Tóquio 2020) e uma das principais figuras da Liga norte-americana de basquetebol (WNBA), foi condenada no início de Agosto a uma pena de prisão efectiva de nove anos, depois de ter sido detida em Fevereiro num aeroporto em Moscovo, após terem sido detectados óleos canabinóides, vaporizadores e outros produtos na sua bagagem, segundo as autoridades locais.

Depois de ter perdido o apelo para reverter a sentença, Griner foi transferida para uma colónia penal na região da Mordóvia em Novembro.

Griner, de 32 anos, já se encontra sob custódia das autoridades norte-americanas e a sua família foi informada da libertação, segundo a Reuters. O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse, numa publicação no Twitter, que já falou com a basquetebolista. “Há momentos falei com Brittney Griner. Ela está a salvo, num avião, a caminho de casa”, escreveu Biden na sua conta oficial.

Em conferência de imprensa na Casa Branca, o Presidente norte-americano confirmou depois que Griner está “segura” e de volta ao seu país depois de ter passado por “circunstâncias intoleráveis” na prisão russa onde cumpria a pena.

“É um dia que esperávamos há muito tempo, depois de árduas negociações, e quero agradecer à Administração pelo seu trabalho incansável”, afirmou Joe Biden.

A basquetebolista “está bem de saúde, mas perdeu meses de vida em traumas desnecessários”, acrescentou o Presidente norte-americano, elogiando a “dignidade” demonstrada pela atleta durante o julgamento.

“Ela nunca me pediu tratamento especial, apenas para não nos esquecermos dela”, disse Biden, que dirigiu a seguir algumas palavras à família do ex-fuzileiro naval americano Paul Whelan, que está também preso na Rússia por espionagem.

“Não nos esquecemos de Paul Whelan, detido injustamente na Rússia durante anos. Não vamos desistir, continuaremos a negociar de boa-fé”, disse o Presidente, que pediu às autoridades russas que “garantam a sua saúde” durante a permanência na prisão.

Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, a troca de prisioneiros teve lugar no aeroporto de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

Viktor Bout, que foi entregue às autoridades russas, é um antigo oficial do exército soviético que estava a cumprir uma pena de prisão de 25 anos nos Estados Unidos depois de ter sido condenado em 2012 por conspiração para matar cidadãos norte-americanos, por adquirir e exportar mísseis antiaéreos e fornecer a apoio material a uma organização terrorista.

Apelidado de “Comerciante da Morte”, Bout sempre afirmou a sua inocência e Moscovo considerou a sentença de 25 anos de prisão como “infundada e tendenciosa”.

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