Argentina vence e continua no Mundial
A selecção sul-americana segue para os oitavos-de-final, após um triunfo sobre a Polónia, que também continua em prova.
Este é o último Mundial de Lionel Messi, por sua própria admissão. E, por isso, há toda uma carga que Messi carrega a cada jogo no Qatar 2022, a comparação do Diego Armando Maradona, o eterno 10 da Argentina que foi campeão do mundo em 1986, algo que, com tudo o que já fez no futebol, Messi nunca conseguiu. Mas a Argentina, depois da entrada em falso, vai continuar no Mundial, após o triunfo por 2-0 sobre a Polónia, tendo a Austrália como próximo adversário. Nesta quarta-feira, Messi até falhou um penálti, mas os argentinos foram infinitamente superiores à selecção europeia, que nunca quis atacar e que, a certa altura, só quis limitar os estragos para não ser eliminada – e não foi, mas ganhou um encontro com a França nos “oitavos”.
A Argentina entrava para este jogo com o destino nas suas mãos. Uma vitória era mais do que suficiente perante uma Polónia que jogava com dois resultados possíveis – vitória ou empate. E, por isso, era expectável que os polacos se limitassem a defender, algo que tinham até agora feito com bastante competência – sem golos sofridos nos dois primeiros jogos. Também era expectável que a Argentina dominasse e fizesse tudo para marcar, mas também podia entrar em modo autodestrutivo se os golos não aparecessem cedo.
Szczesny, o excelente guarda-redes polaco da Juventus, foi adiando como podia o golo da Argentina, num remate de Messi aos 10’, noutro de Alvarez aos 28’ e, até, num canto directo de Di Maria aos 33’. Mas aos 38’, numa bola aérea, o guarda-redes polaco atingiu o rosto de Messi com a mão, o árbitro marcou penálti e foi o 10 a assumir a responsabilidade, como sempre.
Penálti falhado
O remate de Messi saiu forte, mas não tão bem direccionado como isso e Szczesny defendeu-a, um momento festejado por toda a Polónia como se fosse um golo de Lewandowski. O jogo foi para o intervalo sem golos, um resultado que servia às duas equipas, mas era mais perigoso para a Argentina.
A segunda parte começou praticamente com o primeiro golo da Argentina. Aos 46’, Molina teve espaço na direita, deixou a bola em Alexis Mac Allister, que falhou o remate, mas a bola foi bem junto ao poste e não deu hipótese a Szczesny.
Com o golo, a selecção de Lionel Scaloni libertou-se da pressão e podia ter construído um resultado bem mais desnivelado - e ajudar os mexicanos, orientados por um argentino, Tata Martino, frente aos árabes.
A Polónia raramente conseguiu criar condições para que Robert Lewandowski, um dos melhores avançados do mundo, poder brilhar, e só teve uma verdadeira situação de perigo, praticamente na resposta ao golo de Mac Allister. Foi aos 50’, num cabeceamento de Glik que saiu bem perto da baliza defendida por Martinez. Fora isto, a Polónia praticamente não atacou, nem fez muito por isso.
A Argentina, pelo contrário, continuou a olhar para a baliza adversária, criou muitas oportunidades, mas só conseguiu mais um golo, o de Alvarez aos 68’, um belo remate do avançado do Manchester City após passe de Enzo Fernández – ambos titulares pela primeira vez no Mundial e não devem sair da equipa tão cedo.
A Argentina estava mais do que tranquila no seu caminho rumo aos “oitavos”, enquanto os polacos só queriam limitar os estragos, que é o mesmo que dizer, não sofrer mais golos, nem ver mais cartões amarelos, para não se deixarem apanhar pelo México – esteve bem perto de ser um desempate pela disciplina. Com o 2-1 para os mexicanos no outro jogo, isso não iria acontecer. E, num jogo em que houve um vencedor e um perdedor, ambos festejaram.