México foi do céu ao inferno na despedida do Mundial

Selecção americana esteve a um golo de se qualificar para os oitavos-de-final, mas acabou com uma vitória insuficiente (2-1) para seguir em frente.

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EPA/Abedin Taherkenareh

Os dois primeiros golos do México no Mundial 2022, marcados à Arábia Saudita, valeram à selecção americana o primeiro triunfo na prova (2-1). Um triunfo com sabor amargo, porém, já que deixou a equipa no terceiro lugar do Grupo C, com os mesmos pontos do segundo, a Polónia, mas em desvantagem, num critério que começou por ser disciplinar e que acabou por ser a diferença de golos.

A Arábia Saudita, protagonista de uma das maiores surpresas da prova (ao bater a Argentina na jornada inaugural), entrou na partida com três pontos e numa posição bem mais confortável que o adversário. Mas nunca foi capaz de assumir o jogo e de investir com perigo junto da baliza adversária.

Do lado oposto, os mexicanos, dispostos em 4x2x3x1, foram sempre mais incisivos, chegando com relativa facilidade ao espaço entre linhas. Pese embora o maior volume ofensivo, os americanos não conseguiram furar a muralha saudita no primeiro tempo.

No reatamento, o cenário mudou. Henry Martin desviou para o primeiro golo no torneio (47') e a esperança mexicana cresceu. Cinco minutos depois, na sequência de um canto, Luis Chávez ampliou a vantagem e deixou a equipa taco a taco com a Polónia (que por essa altura já perdia com a Argentina) na luta pelo apuramento.

A Arábia Saudita, que raramente conseguia sacudir a pressão, estava cada vez mais longe da baliza adversária, enquanto, do lado contrário, as oportunidades sucediam-se. O México precisava de um golo para resolver, pelas próprias mãos, a questão a seu favor. E ele esteve perto de acontecer aos 78’, num lance em que só ficou a faltar a emenda para a baliza.

A avalanche ofensiva acentuava-se. Lozano ganhou um livre aos 82’ e Chávez atirou contra a barreira, antes de Antuna colocar a bola no fundo da baliza. Festejou, mas pouco, porque o lance foi anulado por fora-de-jogo. Faltavam três minutos para os 90. Livre para Lozano aos 90+2’ e defesa de Al Owais. Depois foi Álvarez e nada.

O desespero era grande e a organização perdeu-se. Aproveitou a Arábia Saudita para, na primeira real abordagem à baliza de Ochoa, infligir um golpe fatal, por Al Dawsari, aos 90+6’. O México, já praticamente sem tempo para reagir, caía por terra, com um esforço inglório.

Até essa altura, nos seis primeiros critérios de desempate previstos, havia igualdade total com a Polónia (pontos, golos, diferença de golos, confronto directo), por isso seria necessário recorrer à folha disciplinar. E, nesse capítulo, os polacos foram mais bem comportados. Mas o golpe saudita, já no tempo extra, funcionou como a estocada final. E ficam as duas selecções fora da prova.

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