Tunísia despede-se do Mundial com vitória sobre a França
Apesar de uma grande exibição perante a campeã do mundo, a Tunísia ficou-se pela fase de grupos, devido à vitória da Austrália sobre a Dinamarca.
Durante 75 anos, a Tunísia viveu sob o jugo colonial de França. Depois da independência tunisina, em 1956, os dois países defrontaram-se num campo de futebol por quatro vezes, mas só à quinta é que a Tunísia conseguiu uma pequena vingança, vencendo pela primeira vez o seu antigo colonizador, por 1-0, no Mundial 2022.
Os dois treinadores fizeram muitas alterações em relação às respectivas equipas “habituais": a Tunísia alterou seis jogadores de início em relação à derrota com a Austrália, a França, nove (em relação à vitória sobre a Dinamarca), o que, no caso dos “bleus”, não teve os melhores resultados.
A equipa africana foi superior à francesa durante a primeira parte. Apesar de ter menos posse de bola, criou mais situações de perigo, tendo deixado logo um aviso aos 8 minutos, quando Ghandri apontou um golo que foi anulado.
Os franceses pareciam desconcentrados, estavam mal posicionados e permitiam que a Tunísia os pressionasse e controlasse o seu meio-campo. Notava-se que aquele grupo de jogadores nunca tinha jogado junto. Atletas como Kolo Muani e Coman tiveram a sua primeira oportunidade de jogar num Mundial, mas também sentiram dificuldades em aproveitá-la.
Coman ainda fez o único remate perigoso de França na primeira parte (aos 24 minutos), tendo a Tunísia ameaçado a baliza de Mandanda através de tentativas de Slimane (30 minutos) e de Khazri (seis minutos depois).
O retorno dos balneários não mudou a toada do jogo, com a Tunísia a manter o pé no acelerador e fazer um remate perigoso logo aos 52 minutos, de Laidouni, que passou perto da trave. E pouco depois, a equipa chegou, com todo o mérito, ao golo – Khazri arrancou com a bola e ninguém o parou, apontando um golo de grande qualidade.
Infelizmente para a Tunísia, no outro jogo do grupo, a Austrália adiantou-se no marcador frente à Dinamarca, o que colocava a equipa da Oceânia no segundo lugar do grupo.
Após o golo, a França finalmente tomou conta do jogo, fez entrar Mbappé, Griezmann e Dembélé, mas tal não foi suficiente para bater a garra dos tunisinos. Já aos 89 minutos, Mbappé protagonizou uma boa jogada individual e rematou para uma intervenção à altura de Dahmen.
Até que no último minuto do período de compensação, Griezmann acabou por marcar o golo do empate, que depois foi anulado pelo VAR - um desfecho justo para a exibição muito competente da Tunísia, mas que apenas chegou para o terceiro lugar do Grupo D, já que a Austrália venceu mesmo a Dinamarca, ficando assim na segunda posição, com os mesmos pontos que a França (que só garantiu o primeiro lugar por ter melhor diferença de golos).
Texto editado por Jorge Miguel Matias