Uruguai e Coreia do Sul não saem do nulo em duelo pragmático
Adversários de Portugal arriscaram o mínimo num jogo repartido, com raras ocasiões de golo, apesar dos dois remates ao poste da baliza coreana.
Acabou como começou o primeiro duelo do Grupo H – de Portugal –, com o empate sem golos entre o Uruguai e a Coreia do Sul, do português Paulo Bento, no Education City Stadium, em Al Rayyan, num cair de tarde no Qatar, fiel ao ADN de duas selecções consistentes.
Com Heung-min Son de regresso, com uma protecção facial, a Coreia entrou a pressionar os uruguaios, que precisaram de um pouco mais de 15 minutos para começarem a respirar melhor. Apesar do cerco montado pela selecção de Paulo Bento, a experiência e competência dos sul-americanos, que nem precisaram do sportinguista Coates, mantiveram a baliza a salvo.
Depois de um início de alta intensidade, a Coreia foi forçada a descomprimir um pouco, concedendo espaços que o Uruguai procurou explorar, sobretudo por Darwin Núñez, sem, contudo, mostrar capacidade para ir mais longe e perturbar a última linha coreana, excepção feita a uma incursão do avançado do Liverpool que levou o guarda-redes a ter de mergulhar para salvar uma potencial jogada de golo.
O jogo oferecia duelos, mudanças de ritmo, mas não prometia golos, confirmando a maior propensão defensiva das duas selecções. Ainda assim, Ui-jo Hwang poderia ter contrariado este paradigma num momento de inspiração coreana que se esfumou num remate na zona da marca de penálti, a sobrevoar a barra da baliza de Rochet, para desespero de Paulo Bento e alívio dos uruguaios.
Os duas vezes campeões mundiais reagiram e, depois de um par de momentos de aflição na área coreana, fizeram soar os alarmes em Seul, com um cabeceamento de Diego Godín – o mais internacional da selecção celeste – ao poste da baliza Seung-gyu Kim, mesmo a acabar a primeira parte.
O Uruguai tentava romper o bloqueio em lances de bola parada. Mas, depois de um período em que parecia ter assumido o controlo da partida, o “carrasco” de Portugal no Rússia 2018 viu a Coreia do Sul recuperar o comando.
Diego Alonso entendeu que era hora de descongelar Cavani, que experimentou a condição de suplente utilizado em fases finais de Mundiais, e o Uruguai ganhou uma presença mais sólida na área coreana, depois de Luis Suárez não ter sido feliz nesta entrada em cena no Qatar.
Darwin ainda tentou puxar dos galões num remate cruzado que falhou o alvo por muito pouco, inspirando Valverde para nova tentativa que esbarrou no poste já em cima dos 90 minutos. Assim, de repente, num jogo que ninguém parecia estar interessado em arriscar demasiado, para evitar uma derrota no primeiro duelo, as situações de golo sucediam-se, com Son a ripostar e a mostrar que ainda era possível mudar a face do jogo num rasgo de génio... que não aconteceu, deixando os próximos adversários de Portugal no grupo H na expectativa relativamente ao que a selecção lusa e o Gana podem fazer nesta ronda.