Fotografia
Gnus, zebras e elefantes: no Quénia, a seca já matou dezenas de animais de 14 espécies
Segundo o Ministério do Turismo e Vida Selvagem, a falta de chuva afectou, pelo menos, 14 espécies.
Entre Fevereiro e Outubro de 2022, morreram, no Quénia, pelo menos 512 gnus, 381 zebras, 205 elefantes, 49 zebras-de-grevy, 51 búfalos, 12 girafas e oito pitões-reticulados. A falta de chuva afectou, pelo menos, 14 espécies, segundo o Ministério do Turismo e Vida Selvagem.
"Não houve chuva nas zonas áridas e semiáridas do Quénia entre Outubro e Dezembro de 2021 e entre Março e Maio de 2022, épocas de chuva. Isto resultou na actual seca que está a assolar o sul, leste e norte do país. A seca causou mortalidade na vida selvagem, principalmente em espécies herbívoras. As mortes aumentaram devido à falta de comida e água", lê-se no comunicado do ministério.
A pior seca do país em quatro décadas tem devastado animais e populações: em Julho último, noticiava-se que a seca estava a matar 20 vezes mais elefantes do que a caça furtiva. E a organização humanitária Oxfam alertou, em Outubro último, que, nos próximos três meses, na África Ocidental deverá morrer de fome uma pessoa a cada 36 segundos — por culpa da seca. Os países mais afectados são a Somália, a Etiópia e o Quénia.
Os campos de cultivo estão secos e há cada vez menos zonas com água, o que dificulta o acesso e produção alimentar. A esta crise alia-se ainda a escassez de alimentos provocada pela guerra na Ucrânia, que fez aumentar os preços dos cereais.
Para amortecer as consequências da catástrofe, o Governo do Quénia comprometeu-se, em comunicado, a abastecer as espécies afectadas com palha e camiões de água, a "aumentar a vigilância no exterior de áreas protegidas para reduzir os conflitos civilizacionais", a "compilar dados relativos à mortalidade de espécies para melhorar os processos de decisão e políticas" e ainda a "mobilizar recursos para mitigar os impactos da seca".