Há uma nova Grande Rota Portugal-Espanha: pelos moinhos e lameiros de Aveleda e Rio de Onor

São “paisagens emblemáticas de Trás-os-Montes”, de Montesinho, entre rios e vales, coutos e lameiros. Quase 50km num projecto transfronteiriço que interligará com uma futura rota espanhola.

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Montesinho Hugo Santos
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Rio de Onor Fernando Veludo/NFACTOS
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Montesinho, Rio de Onor Adriano Miranda,Adriano Miranda
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A grande rota transfronteiriça CM Bragança

Acaba de ser inaugurada a Grande Rota dos Moinhos e dos Lameiros, implementada e homologada pela União de Freguesias de Aveleda e Rio de Onor, Bragança, e que segue por terras dos lameiros de montanha e de antigos moinhos ao longo das margens da ribeira de Baçal e do rio Onor. A rota, que até cruza a fronteira e tem maiores planos na parte espanhola, foi oficialmente inaugurada no sábado e propõe meia centena de quilómetros.

“Conta com uma extensão de mais de 48 km, que se iniciam na fronteira entre Portugal e Espanha e propõe vários percursos”, informa o município de Bragança. “Para além dos moinhos, é possível usufruir das paisagens emblemáticas de Trás-os-Montes, entre rios e vales, coutos e lameiros” (prados, pastagens permanentes).

“Este é um projecto que vai além-fronteiras e que possibilita a promoção do território”, destaca-se. “Um projecto que tem como objectivo o desenvolvimento transfronteiriço e com o qual pretendemos dinamizar o património local, tanto a nível turístico, como ao nível das relações transfronteiriças”, disse Hernâni Dias, presidente da Câmara Municipal de Bragança, citado em comunicado.

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Rio de Onor Turismo de Portugal

A rota é “financiada pelo Turismo de Portugal em 80%” e, segundo esta entidade, “o percurso projectado, integrado em pleno Parque Natural de Montesinho, tem uma forte componente de valorização da biodiversidade e da paisagem locais”. Mas também pretende “valorizar as comunidades, envolvendo as aldeias de Aveleda, Varge, Guadramil e Rio de Onor, povoações com fortes características de práticas comunitárias e, igualmente, fortes em cultura e tradição”.

O percurso foi “projectado em articulação com o traçado da Grande Rota a implementar no município de Pedralba de la Pradería, um município da raia leonesa da província de Zamora, em Espanha, que se encontra em fase de planeamento”, avança o Turismo de Portugal.

É privilegiada “a passagem pelos centros dos aglomerados rurais”, destaca-se, assim “como o uso de caminhos públicos tradicionais e antigos que muitas vezes se encontram em estado de abandono e degradação por falta de uso”.

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Velhos moinhos, alguns em fase de musealização CM Bragança

A Grande Rota dos Moinhos e dos Lameiros tem o seu começo “no coração do Parque Natural de Montesinho, junto da antiga Escola Primária de Aveleda”. No sentido recomendado, segue para as aldeias de Varge e de Rio de Onor, onde se poderá seguir por “uma derivação e visitar a aldeia de Guadramil, onde se destaca o rústico edifício do seu lagar comunitário, um testemunho ancestral da partilha de bens e tarefas”.

“Rio de Onor divide a fronteira com a sua homónima espanhola – Rihonor de Castilla – ​à distância de uns passos e separada apenas pelo rio, facilmente transponível por uma esplêndida ponte medieval de múltiplos arcos”, indica-se. Aqui chegados, “o percurso passa a efectuar-se em terras de Castela e Leão, percorrendo o município de Pedralba de la Pradería”. Já perto de Calabor, a rota volta a Portugal, “dirigindo-se para o seu ponto de partida em Aveleda”. Antes disso, “uma variante do percurso permite prosseguir por um caminho mais curto em direcção a Varge”.

Pelo caminho, os velhos moinhos junto às margens da ribeira e do rio Onor, que estão, informam, alguns “em processo de musealização”, além dos “lameiros de montanha que pontuam a belíssima paisagem do Parque Natural de Montesinhos”, e as casas típicas em “aparelho de xisto miúdo” na aldeia de Rio de Onor.

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Há muito para passear e conhecer CM Bragança

A rota irá contar com mais estruturas, em fase de projecto, informa o Turismo: “um centro de apoio aos exploradores, na escola de Aveleda”, um “centro de interpretação da cultura e dos costumes, na escola de Rio de Onor”, um “centro etnográfico, na casa do médico de Varge”, e “um centro de divulgação dos dois dialectos da freguesia, o Rionorês e o Guadramilês, na casa do médico de Guadramil”.

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