Convenção electiva da Iniciativa Liberal adiada para Janeiro
Conselheiros nacionais aprovam moção que adiou data da eleição do novo líder para depois de 20 de Janeiro.
A convenção electiva da Iniciativa Liberal (IL) foi adiada para Janeiro, tendo o Conselho Nacional aprovado uma moção para que esta reunião magna do partido de realize a partir de 20 desse mês.
Antes de interromper para almoço, os conselheiros que estão reunidos em Coimbra aprovaram uma moção de Paulo Lopes que dita o adiamento da convenção que estava inicialmente prevista para Dezembro, ficando para a tarde a decisão do local e da data precisa.
Segundo fontes do partido adiantaram à Lusa, a moção aprovada refere que a reunião magna dos liberais só pode ser realizada depois de 20 de Janeiro, inclusive.
A convenção vai eleger o sucessor de João Cotrim de Figueiredo, que vai deixar a liderança do partido que fundou e que não se candidata ao cargo. Há dois candidatos já assumidos: Rui Rocha e Carla Castro, ambos deputados.
À entrada para a reunião de hoje, os dois candidatos convergiram na necessidade de uma revisão dos estatutos do partido que permita reduzir o peso das inerências no conselho nacional.
Os conselheiros liberais estão a discutir o regimento e a data da VII Convenção Nacional da IL, estando previsto que a presidente do Conselho Nacional, Mariana Leitão, faça declarações aos jornalistas no final para apresentar as conclusões da reunião.
Rui Rocha com três apoios na bancada
Rui Rocha e Carla Castro estão nesta reunião já que têm assento neste órgão por fazerem parte da Comissão Executiva, assumindo posições diferentes quanto ao calendário.
Rui Rocha tinha adiantado à Lusa que ia apresentar uma proposta ao Conselho Nacional para que a convenção electiva se realizasse em Janeiro e não em Dezembro, como estava previsto, considerando que o único condicionamento destas eleições internas seria “insistir num calendário mais curto” e recusar este adiamento.
Já Carla Castro, que inicialmente defendeu que não havia necessidade de adiar esta convenção, revelou esta semana à Lusa que não vai propor qualquer data e acatará a decisão do Conselho Nacional, abstendo-se nas votações sobre o calendário eleitoral.
Rui Rocha conta com o apoio de João Cotrim Figueiredo, que vê no deputado a “pessoa certa” para liderar o partido nesta nova fase.
Entre o grupo parlamentar, que desde as eleições deste ano é composto por oito deputados, Rui Rocha tem ainda o apoio de Bernardo Blanco, Patrícia Gilvaz e Joana Cordeiro.
Já Carlos Guimarães Pinto, deputado e antigo presidente da IL, reiterou, em declarações à Lusa, que não apoiará qualquer candidatura, uma vez que, quando deixou a liderança em 2019, decidiu que não se iria “intrometer na política interna” dos liberais.
Posição diferente assumiu o primeiro presidente dos liberais, Miguel Ferreira da Silva, que anunciou o apoio a Carla Castro para presidente do partido. A mesma preferência foi manifestada pelo antigo candidato presidencial apoiado pelos liberais, Tiago Mayan Gonçalves, embora remetendo uma posição definitiva para depois de se conhecerem as equipas e os programas.
O líder parlamentar Rodrigo Saraiva reservou “para mais tarde” um eventual apoio a um dos concorrentes.
Antes desta antecipação de eleições para a comissão executiva, a VII Convenção Nacional destinava-se apenas a eleger os membros do conselho nacional, do conselho de jurisdição e do conselho de fiscalização uma vez que os calendários estavam desfasados.
Na última convenção, em Dezembro de 2021, a lista única de João Cotrim Figueiredo à comissão executiva da IL foi eleita com 94% dos votos, sendo assim o presidente reeleito para um novo mandato à frente dos destinos liberais.
Em 8 de Dezembro de 2019, na reunião magna em Pombal em que foi eleito para o primeiro mandato, Cotrim Figueiredo, também em candidatura única, recolheu então 96% dos votos na III Convenção Nacional do partido.
Cotrim Figueiredo, ainda como independente, foi o primeiro deputado eleito da IL, em 2019, então como deputado único, tendo nas eleições legislativas antecipadas deste ano o partido conseguido passar de um para oito deputados, tornando-se na quarta força política.