PSP investiga apedrejamento de autocarro da Carris que causou 12 feridos ligeiros

A Carris vai pedir uma audiência “com carácter de urgência” ao ministro da Administração Interna, para discutir o caso.

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Não foi a primeira vez que um autocarro da Carris foi alvo de um ataque, nesta zona de Lisboa Diego Nery

A PSP está a investigar um incidente com um autocarro da Carris, da linha 742, que terá sido apedrejado por mais do que um indivíduo, na noite de segunda-feira, no Casalinho da Ajuda, em Lisboa. Por enquanto, desconhecem-se as razões e os autores do ataque, que levou a que 12 passageiros precisassem de assistência. A Carris vai pedir uma audiência “com carácter de urgência” ao ministro da Administração Interna, para discutir o caso.

Eram 21h35 de segunda-feira quando o autocarro da Carris parou junto aos Bombeiros Voluntários da Ajuda. “O motorista pediu ajuda, disse que tinha pessoas feridas e que o autocarro tinha sido alvejado”, conta o comandante Fernando Azevedo, daquela corporação.

A crença inicial do motorista, provavelmente motivada pelo ruído do autocarro a ser atingido e dos vidros a estilhaçarem-se, acabaria por não se confirmar, como indicam os bombeiros e o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP. Aliás, a força policial também não confirma uma segunda versão dos acontecimentos, que dava conta que, além de apedrejado, o autocarro teria também sido atingido com um engenho pirotécnico. “Foi avançada essa possibilidade, mas a informação que temos é que não se confirmou, e foram apenas arremessadas pedras”, diz fonte da PSP.

Para os bombeiros e os ocupantes do autocarro a noite foi agitada. O comandante Fernando Azevedo conta que houve 12 elementos da corporação imediatamente envolvidos na triagem e assistência aos ocupantes do autocarro. “Tivemos dez casos de pessoas que precisaram de assistência para crises de ansiedade, pânico, e outras duas que foram transportadas à unidade hospitalar, por terem escoriações na face e sobrolho, resultantes dos estilhaços do vidro que partiu”, explica.

Os danos são bem visíveis em ambos os lados do autocarro DR
Os danos são bem visíveis em ambos os lados do autocarro DR
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Os danos são bem visíveis em ambos os lados do autocarro DR

Duas ambulâncias dos bombeiros transportaram os feridos com escoriações para o Hospital São Francisco Xavier e os restantes feridos acabaram por abandonar o quartel dos bombeiros, algum tempo depois, pelos seus próprios meios.

As imagens do incidente mostram um dos vidros partidos, ao que se suspeita, por uma pedra, e também uma janela estilhaçada, do outro lado do autocarro. Com a viatura e ser atingida em vários locais diferentes, e em lados opostos, supõe-se que houve mais do que um indivíduo envolvido no ataque, ainda sem causas conhecidas.

A PSP diz que está “a desenvolver esforços para identificar os suspeitos” e que os factos serão, como é normal, comunicados ao Ministério Público.

A Carris já fez saber, em comunicado emitido esta terça-feira, que vai pedir “uma audiência com carácter de urgência ao ministro da Administração Interna”, na sequência do incidente. A empresa agradece “a rápida intervenção” dos bombeiros e das forças de segurança, garantindo ter prestado “todo o apoio aos utentes e ao motorista”, que - acrescenta - “graças ao seu profissionalismo garantiu a segurança dos passageiros”.

O PÚBLICO sabe que esta não é uma situação inédita naquela zona da cidade de Lisboa, envolvendo veículos da Carris.​

A Junta de Freguesia da Ajuda, num comunicado colocado nas redes sociais, diz que “vai continuar a exigir às autoridades competentes, nomeadamente à PSP e à Câmara Municipal de Lisboa, o reforço da segurança (tais como aumento de policiamento, de iluminação pública e instalação de equipamento de videovigilância) de forma a garantir o bem-estar de todos os que vivem, trabalham ou estudam” na área.

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