Rui Rocha propõe “continuidade do crescimento” da IL e quer revisão estatutária

Candidato afirma não se sentir condicionado pelo apoio de Cotrim de Figueiredo.

Foto
João Cotrim Figueiredo e Rui Rocha no Parlamento LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

Rui Rocha, candidato a líder da IL [Iniciativa Liberal], mantém na lista à Comissão Executiva o vice-presidente Ricardo Pais Oliveira e aposta na deputada Joana Cordeiro como uma das novidades, pretendendo abrir um processo de revisão estatutária. Em declarações à agência Lusa, o deputado e dirigente define as suas propostas na disputa interna pela liderança da IL como a “continuidade do crescimento”.

O objectivo do candidato passa por “manter e potenciar” os factores que levaram ao sucesso da IL”, sejam pessoas ou ideias, mas também reforçar “essas propostas quer com alguma renovação da própria comissão executiva quer com o acrescentar de algumas propostas que até por limitações dos meios que o partido tinha não estavam ainda sobre a mesa”.

Com a lista para a comissão executiva já “numa fase muito adiantada”, Rui Rocha afirma que terá na sua equipa “pessoas que foram determinantes para o sucesso” dos liberais e revela quatro nomes para a sua direcção, o primeiro dos quais Ricardo Pais Oliveira, actualmente vice-presidente de João Cotrim Figueiredo, e que pretende que continue com o mesmo cargo. A deputada Joana Cordeiro é uma das novidades desta lista, considerando o candidato tratar-se da “imagem do sucesso da IL” já que foi eleita por Setúbal, “provavelmente quando muito poucos acreditavam” que o partido pudesse eleger por aquele círculo eleitoral. Outra das novidades para este órgão é André Abrantes Amaral, “uma pessoa conhecida pela sua presença na discussão liberal e pelas suas ideias liberais”, enquanto Rui Ribeiro é um nomes que transitará da actual comissão executiva.

Entre as “propostas internas para libertar o potencial da IL”, o candidato adianta que uma das primeiras iniciativas como presidente será “propor no Conselho Nacional a abertura de um processo de revisão estatutária”. “A IL tem que ser mais forte quer no que diz respeito ao que está virado para fora quer no que diz respeito à sua própria organização interna. Temos que arranjar forma de dar voz aos membros, de libertar esse potencial”, justifica.

Esperando os muitos contributos dos membros para essa revisão estatutária, revela que um dos pontos que pretende discutir é o das inerências por achar que as inerências da comissão executiva “podem ser um problema tendo em conta o seu peso no conselho nacional”. Deixando claro que quer que os membros da IL “tenham uma voz determinante na condução do partido”, Rui Rocha pretende “potenciar todas as ideias fundamentais” que o partido trouxe para o debate político como “a liberdade individual, de expressão, económica, política e social” e fazer crescer, no centro das propostas, “as questões fiscais e a liberdade de escolha na saúde ou na educação”.

“Sobre esta camada fundamental, uma nova camada de propostas de matriz liberal para problemas fundamentais dos portugueses onde eventualmente a IL ainda não marcou uma presença tão vincada como nas outras como na habitação, energia, segurança, mobilidade e revitalização do interior”, adianta. A sua estratégia passa pela proximidade quer dentro do partido quer externamente, comprometendo-se a estar “no país todo” já em campanha interna, mas também depois como presidente.

Rui Rocha e Carla Castro, ambos deputados e ambos da actual comissão executiva do partido, são até ao momento os dois candidatos conhecidos à liderança da (IL nas eleições antecipadas e às quais João Cotrim Figueiredo não se recandidata. À agência Lusa, o candidato recusa aquilo que diz ser uma “narrativa que interessou apresentar”, e que “prejudica o partido porque não é isso que se passa”, depois de Cotrim Figueiredo lhe manifestar apoio, e garante não ter existido “nenhum tipo de condicionamento” do processo por parte do ainda líder, como acusou a sua opositora Carla Castro. “Parece-me que condicionar o processo é insistir num calendário eleitoral mais estreito, mais curto. Isso sim é condicionar o processo”, contrapõe.

Em causa está a proposta que fará ao Conselho Nacional -- e contra a qual Carla Castro já se manifestou -- para que a convenção se realize apenas em Janeiro, um mês depois da data prevista, defendendo Rui Rocha que “a equidade do processo interno traduz-se na existência de um prazo razoável, suficientemente alargado para que todas as candidaturas possam avançar”.