Pior do que o Brasil?

Teresa de Sousa assina, a partir dos EUA, uma crónica diária até à próxima terça-feira, dia das eleições intercalares norte-americanas.

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Era inevitável. Na segunda-feira, explodiram as comparações entre o Brasil e os Estados Unidos. No Brasil, o “Trump dos Trópico” foi derrotado. Ainda mais surpreendente: não declarou que as eleições foram roubadas – a grande mentira que o Trump original pôs a correr quando nem sequer tinham sido contados todos os votos das eleições presidenciais de 2020.

O Brasil a dar uma lição à mais velha democracia do mundo? “O Brasil parece que aceita melhor os resultados das urnas do que nós”, dizia Bill Kristol, um dos animadores do neoconservadorismo do tempo de George W. Bush, hoje uma das vozes mais activas entre os “Republicanos contra Trump”. Ou talvez porque a geração de Lula, Fernando Henrique e tantos outros sabe o que é viver em ditadura. Não é o caso da América.

As notícias do Brasil interromperam a monotonia dos noticiários das televisões por cabo americanas. Só há um assunto: as eleições de meio mandato daqui a oito dias. De vez em quando, o horror da guerra de Putin contra a Ucrânia abre as notícias, mas apenas quando a brutalidade atinge proporções demenciais. De resto, é um exercício vertiginoso tentar acompanhar o que acontece aqui, principalmente naqueles Estados que podem decidir o resultado das eleições. Arizona, Nevada, Wisconsin, Georgia, talvez a Pensilvânia ou alguma surpresa de última hora. A única constatação possível é que o discurso de alguns dos candidatos republicanos apoiados por Trump consegue exceder o grau de irracionalidade e de violência verbal de Bolsonaro e dos seus apoiantes.

O que aconteceu à América?

Na quarta-feira, vou escrever sobre a magia de Obama, que está de regresso.

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