Os eleitores brasileiros no Porto não escaparam aos apoiantes de ambos os lados

No Porto, o ambiente esteve mais agitado do que na primeira volta.

Paulo Pimenta
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O ambiente junto ao Instituto Superior de Engenharia do Porto (​ISEP), local de voto dos cidadãos brasileiros residentes no norte de Portugal, estava mais agitado do que na primeira volta. “Muito mais efusivo”, comentava-se. 

Para votar, era preciso vencer a fila que de manhã ia dando a volta ao quarteirão, chegando até à Circunvalação. Um percurso tranquilo, mas só até ao momento em que se chega aos portões, junto dos quais apoiantes de ambos os lados fazem-se ouvir. 

“Mito! Mito! Mito!”, gritam do outro lado da rua os apoiantes do actual Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, vestidos a rigor com as suas t-shirts amarelas da selecção de futebol e agarrados à bandeira brasileira. “Brocha! Brocha! Brocha!”, lança a mancha vermelha de apoiantes de Lula da Silva, numa referência ao caricato comentário de Bolsonaro nas comemorações do 7 de Setembro, bicentenário da independência do Brasil.

As trocas de provocações continuam em tom mais ou menos desafiador. “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão!”, grita alguém dentro de um dos carros que passam, enquanto um grupo de raparigas canta “'Tá na hora do Jair / já ir embora”. À saída do local de voto, um homem de camisola amarela deixa o seu aviso: “A nossa bandeira nunca vai ser vermelha”, grita na direcção da multidão que canta bem alto “Olê olê olá! Lula! Lula!”

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