“Estamos interessados” na TAP, diz presidente da Air France-KLM

“A consolidação é um factor-chave para nós, especialmente na Europa”, adiantou o presidente do grupo, Ben Smith. Prazo para compra da ITA está a chegar ao fim.

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Grupo teve receitas de 8112 milhões de euros no trimestre Reuters/CHRISTIAN HARTMANN

Dos possíveis candidatos a uma entrada no capital da TAP, a Air France-KLM foi o primeiro a assumir publicamente esse interesse. “Se as circunstâncias forem as adequadas”, afirmou o presidente executivo do grupo de aviação, Ben Smith, “estamos interessados”.

As declarações, citadas pela Bloomberg, foram proferidas no âmbito da apresentação dos resultados do terceiro trimestre, período em que o grupo de aviação teve receitas de 8112 milhões de euros (503 milhões acima do mesmo período de 2019) e um resultado líquido de 460 milhões.

O gestor afirmou que o grupo irá “definitivamente envolver-se formalmente”, com vista a uma parceria ou aquisição de capital, quando for aberto o processo de reprivatização da TAP. “A consolidação é um factor-chave para nós, especialmente na Europa”, adiantou Ben Smith, acrescentando que a empresa tem “estudado durante vários anos” o mercado da Península Ibérica.

De acordo com os dados da empresa, a Air-France-KLM, que ainda tem ajudas de Estado por devolver (o que a impede neste momento de fazer aquisições), tem 12,3 mil milhões de euros à sua disposição, entre liquidez e linhas de crédito à sua disposição.

Neste momento, o grupo está, juntamente com a norte-americana Delta e com o fundo Certares, também dos EUA, em conversações exclusivas para entrar no capital da ITA, a companhia aérea que substituiu a Alitalia. No entanto, o calendário para estas conversações acaba no dia 31 deste mês, depois de ter havido já um prolongamento.

De acordo com a Reuters, em cima da mesa está uma oferta de 350 milhões por 50% do capital, a que se soma mais uma acção, de modo a garantir a maioria. Antes deste consórcio, a ITA, detida pelo Estado italiano, esteve em conversações com a Lufthansa, outro potencial investidor na TAP, tal como o próprio fundo Certares, conforme noticiou o PÚBLICO, e a IAG (grupo da Iberia e da British Airways).

O processo de reprivatização da TAP está ainda numa fase muito preliminar (longe de negociações efectivas e de análise às contas da empresa), e, embora se desconheça o modelo, o mais provável é a venda da maioria do capital, com o Governo a proteger questões como a manutenção do hub em Lisboa e alguma influência através de um acordo parassocial.

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