O que dizem as tuas mãos? As Subway Hands dos nova-iorquinos dizem tudo

Hannah La Follette Ryan fotografa mãos dos passageiros no metro de Nova Iorque desde 2015. São como esculturas separadas do corpo que "conseguem dizer tudo sobre uma pessoa".

Subway hands Hannah La Follette Ryan
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Subway hands Hannah La Follette Ryan

Durante anos Vivian Maier fotografou desconhecidos nas ruas de Nova Iorque a caminho do seu trabalho como ama. Hannah La Follette Ryan faz o mesmo, mas com as mãos dos passageiros do metro. O interesse por mãos começou em 2015 durante as deslocações diárias para o seu trabalho, também como ama, mas a semelhança destas duas histórias é apenas “uma feliz coincidência”, explica Hannah em conversa com o P3.

A fotógrafa tinha-se acabado de mudar de Amherst, no Massachusetts, e estava a tentar enquadrar-se na cidade. As caras dos nova-iorquinos pouco ou nada deixavam transparecer sobre as suas vidas, mas as mãos, por outro lado, “conseguem dizer tudo sobre uma pessoa”. Desta curiosidade nasceu a página de Instagram Subway Hands.

No metro, há mãos entrelaçadas, outras que seguram telemóveis, sopas de letras ou o homem-aranha. À medida que fazemos scroll na conta de Instagram, surgem recordações do tempo em que esfregar gel desinfectante e usar lenços para evitar o contacto com as superfícies eram gestos diários. “Não fazia ideia que seria um período histórico para o mundo e isso fez-me olhar para o projecto de outra forma. Não importa quanto tempo o faça, vão sempre existir momentos que me surpreenderão”, afirma.

Ao mesmo tempo, as fotografias também captam as tendências do momento: unhas pintadas, tatuagens, novos e antigos modelos dos telemóveis, relógios, carteiras. Em cada um destes momentos, as mãos surgem quase como “esculturas separadas do próprio corpo”. “Para os mais velhos, as rugas das mãos também se parecem com a textura de uma árvore. Vemos a vida vivida e as experiências nas mãos de uma forma que também me faz lembrar a escultura”, destaca Hannah

Apesar da visibilidade do projecto, são poucos os que se apercebem que estão a ser fotografados. Hannah utiliza o telemóvel para se “misturar” com os restantes passageiros e, desta forma, passar despercebida ao ponto de ser “uma mosca na parede”, conta.

Vivian Maier fazia o mesmo, mas usava uma máquina fotográfica. Também manteve o seu trabalho de ama, enquanto Hannah se dedica exclusivamente à fotografia. “Vi uma foto dela [Vivian Maier] numa feira de arte há alguns anos de uma mão feminina para a qual gravitei imediatamente. Era como uma canonização. Mas eu não conhecia o trabalho dela”, acrescenta a fotógrafa.

Subway hands
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