Adidas despede 300 trabalhadores na Maia e leva serviços para fora de Portugal
A Adidas diz que as mudanças anunciadas, que implicam despedimentos, vão ocorrer até ao Verão de 2023, mas salienta que “o Porto vai continuar a ter um papel importante na companhia”.
A Adidas vai dispensar cerca de 300 colaboradores na Maia devido a “mudanças na estrutura organizacional” da empresa, que vai deslocar serviços para fora de Portugal, confirmou esta segunda-feira a multinacional.
Questionada pela Lusa sobre denúncias de um despedimento colectivo na “Global Business Services Porto - GBS Porto”, situada desde 2009 no Parque de Ciência e Tecnologia da Maia (TecMaia), distrito do Porto, a Adidas, por escrito, confirmou que “cerca de 300 posições são afectadas pelas mudanças” que a empresa está a levar a cabo em Portugal.
“Podemos confirmar que haverá mudanças na estrutura organizacional no Porto (...). No futuro, algumas tarefas vão passar a ser desenvolvidas em locais fora de Portugal e, num segundo momento, vão ser criadas novas responsabilidades na estrutura do Porto”, lê-se.
A Adidas esclarece que as mudanças anunciadas vão ocorrer até ao Verão de 2023 mas salienta que “o Porto vai continuar a ter um papel importante na companhia”.
Na referida resposta, aquela multinacional indica que já contactou os colaboradores afectados e lamenta “o impacto que a decisão poderá ter nos colaboradores”.
“A Adidas está a tentar encontrar soluções justas para todos os colaboradores afectados em conversas pessoais, sendo que a prioridade será uma possível transferência para outro cargo no Porto”, refere o texto.
PCP questiona Governo
Na sequência das notícias sobre os despedimentos, o PCP questionou o Governo sobre que apoios recebeu a empresa e que contrapartidas estavam asseguradas ao Estado.
Em duas perguntas endereçadas aos ministros do Trabalho e da Economia, a bancada parlamentar comunista questionou Ana Mendes Godinho e António Costa Silva sobre quantos trabalhadores “podem ser atingidos” pela decisão da subsidiária da Adidas na Maia de despedir vários trabalhadores.
“São centenas de trabalhadores, altamente qualificados, que, sem que nada o fizesse prever, são atirados para o desemprego por uma multinacional”, acrescenta o PCP.
A decisão deixa um “rasto social profundamente negativo”, que é condenado pelos comunistas na Assembleia da República.
O PCP também pergunta aos ministros que “apoios públicos, nacionais e comunitários, recebeu a empresa e que contrapartidas garantiu o Governo português, designadamente quanto à manutenção de postos de trabalho”.
Alfredo Maia, que subscreve as duas perguntas, questionou ainda que “medidas tomou ou pensa tomar” o executivo de António Costa “para a defesa dos postos de trabalho” e para apoiar os trabalhadores.