Ministro da Economia promete fundos para manter Portugal Fashion
Até ao fim do ano, adiantou a directora do certame, Mónica Neto, deverá abrir novo concurso do fundo comunitário Portugal 2030.
A Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), organizadora do Portugal Fashion (PF), já foi recebida pelo ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, depois de ter pedido audiência urgente para discutir a falta de fundos para realizar o evento no próximo ano. “Foram perspectivas optimistas”, avançou a directora do PF, Mónica Neto, em declarações aos jornalistas no rescaldo da reunião. Até ao fim do ano, adiantou, deverá abrir novo concurso do fundo comunitário Portugal 2030.
É esse o fundo comunitário que deverá financiar o evento de moda da Invicta nas próximas estações, num modelo semelhante ao do Portugal 2020 que sempre financiou o certamente, iniciado em 1995. “Até ao final do ano vai surgir abertura de concurso para fundos comunitários neste enquadramento. Vai abrir um novo concurso para SIAC [Sistema de Apoio a Acções Colectivas] que é o tipo de sistema de incentivo que, de alguma forma, tem apoiado o Portugal Fashion nas últimas edições”, declarou a responsável.
A candidatura ainda terá de ser aprovada, “segundo os trâmites normais”, que implicam que “o PF também esteja à altura de um desafio constante de mostrar alguma capacidade de renovação”. Esta evolução e mudança de conceitos já é algo que o evento tem trabalhado, assinala Mónica Neto. Nesta edição, por exemplo, a decorrer até sábado, dia 15, os desfiles são espalhados pelo Porto, em espaços emblemáticos da cidade, como o Mercado do Bolhão ou o Passeio dos Clérigos.
Mesmo que a candidatura não seja aprovada a tempo do próximo Portugal Fashion, agendado para Março de 2023, reconhece a responsável, depois da submissão, a entidade “pode ir avançado com algumas contratações”, porque mesmo que o valor atribuído seja inferior ao que estavam habituados noutros anos, “há expectativas que se podem ir tendo”, “assumindo menor risco em relação a acções futuras”.
A ANJE tinha pedido uma reunião urgente com o ministro da Economia depois de ter sido avisada, a menos de um mês do evento, que o novo quadro comunitário não entraria em vigor a tempo da 51.ª edição do PF. O assunto, lembra Mónica Neto, “tinha sido reencaminhado para secretarias de Estado”. Na sequência de ter sido noticiado que a realização do certame estaria em risco foram recebidos nesta quinta-feira.
Antes da pandemia, que deixou em suspenso os eventos de moda ou os mudou para o digital, o impacto do PF para o país ultrapassava os dez milhões em cada edição e gerava cerca de 400 postos de trabalho. O evento desta semana é aquilo a que a ANJE chama uma “edição de compromisso”, assegurada pela organização do evento com o apoio de financiamento privado e da câmara municipal.
Por estes dias, o PF faz-se com metade do orçamento ─ em Março foram 900 mil euros e agora são 450 mil. O corte orçamental sente-se na transmissão do evento, que sofreu alterações, e noutros pormenores, como o número de manequins a desfilar. Fundos à parte, Mónica Neto lembrava que a semana ambiciona depender cada vez menos de apoios comunitários, através de um enfoque maior no lado profissional do sistema de moda.
Até sábado, dia 15, esperam-se os desfiles da dupla Marques’Almeida, Alexandra Moura, Diogo Miranda, Miguel Vieira, Luís Onofre, Susana Bettencourt, sem esquecer os consagrados Alves/Gonçalves a encerrar, como é tradição, o certame.