Portojóia está de regresso ao Porto para provar que a joalharia, arte e o digital podem ser compatíveis

A edição deste ano começa esta quinta-feira e prolonga-se até dia 25 na Exponor. A feira vai contar com a presença de marcas de joalharia portuguesas conhecidas e designers emergentes.

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A Portojóia está de regresso ao Porto entre os dias 22 e 25 de Setembro Nati Melnychuk/Unsplash

A Portojóia está de regresso ao Porto, dois anos depois e, desta vez, arranca com uma edição cheia de novidades que mistura o universo da joalharia com vertentes artísticas como a pintura, a arquitectura ou a moda e dá a conhecer novas marcas que apostam na migração digital e indústria 4.0.

“Vamos regressar e vai ser em grade força, porque afinal de contas a Portojóia é a principal montra da joalharia portuguesa e que ganha cada vez mais expressão quer a nível nacional quer internacional”, revela ao PÚBLICO a directora, Amélia Monteiro.

Entre as marcas conhecidas que vão marcar presença nesta edição estão Eugénio Campos, Topázio ou Inês Barbosa, mas também há espaço para combinações (aparentemente) improváveis que juntam a ourivesaria com a cerâmica, a pintura e a tecelagem.

A parceria entre a marca Sara Maia Jewelry e as criações da pintora erótica Raquel Rocha, assim como Elina Bried Jewelry e os bustos de cerâmica tipicamente portugueses da marca Almavina, ambas iniciativas da Portojóia, são alguns dos exemplos.

“O tema deste ano é o Togetherness e o objectivo é fomentar a união e o espírito colectivo entre as empresas deste sector, ou seja, as marcas tradicionais e os próprios designers emergentes que apresentam trabalhos cada vez mais interessantes e, no fundo, acabam por trazer um refresh a toda a indústria”, afirma Amélia Monteiro.

As peças resultantes da parceria são segredo até ao momento da feira, que começa nesta quinta-feira e termina no domingo, dia 25 de Setembro, na Exponor. A entrada também é exclusiva a profissionais desta indústria.

Presente pela primeira vez na iniciativa estará o designer de jóias Ruben Roque e as peças da marca com o mesmo nome que nasceu em 2020, um ano de pois de ter descoberto o gosto pela arte da joalharia.

Das mãos de Ruben nascem anéis, colares, pulseiras e botões de punho que podem ser usados por homens e mulheres. Eu tenho as minhas jóias que considero femininas que são as flores com pedras. Todas as outras e não têm género”, explica.

As peças da Ruben Roque Jewels vão estar pela primeira vez na Portojóia Ruben Roque Jewels
Entre as peças estão os colares, anéis, pulseiras e botões de puho Ruben Roque Jewels
Os acessórios não têm género Ruben Roque Jewels
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As peças da Ruben Roque Jewels vão estar pela primeira vez na Portojóia Ruben Roque Jewels

Aposta na tecnologia e comércio online

Para Amélia Monteiro, a feira funciona também como “uma montra de partilha das novas tendências” que esta ano aposta nas jóias sem género e na migração para o digital.

Neste último caso, ao mesmo tempo que as marcas mais antigas estão a fazer a transição para este mercado, as mais recentes “já são nativas do mundo digital” e encaram a Portojóia como “uma grande plataforma de promoção do seu trabalho”, conta a directora.

“Mas a verdade é que falando com grande parte delas, percebemos que não descuram o face to face de uma feira presencial. E após estes dois anos, a Exponor sentiu necessidade de criar cada vez mais um modelo hibrido em todas as feiras que permite aliar o digital à feira presencial”, acrescenta.

Ruben Roque explica que a maior dificuldade de ter um negócio exclusivamente online traduz-se num grande investimento em tecnologia, principalmente nas redes sociais e fotografia.

“Todos os dias tenho que ter movimento nas redes e tento alterar a apresentação do site uma vez por mês. Isto implica uma logística muito grande. Sou eu que faço as peças, sou o modelo do masculino, trato das encomendas, dos envios, vou aos fornecedores, tudo”, revela.

Para facilitar a comunicação entre as marcas e a criação de possíveis negócios, a Portojóia desenvolveu uma plataforma que, segundo a directora do evento, “acaba por prolongar o networking entre as marcas e o próprio visitante da feira”. Ao mesmo tempo, o facto de o sector da joalharia estar maioritariamente inserido no mercado de luxo, faz crescer os desafios para as marcas e o investimento na tecnologia.

A plataforma mantém-se activa nos meses antes, durante e após a feira. “Qualquer pessoa no mundo pode contactar a empresa em privado e estabelecer negócios”, acrescenta. A melhor empresa presente no digital será distinguida com o prémio Best Of no dia 24 de Setembro.

“É importante esta troca e esta partilha num espaço e plataforma da Portojóia. Afinal são 31 anos a aproximar o sector e a antecipar as tendências e o caminho que esta área da ourivesaria está a levar”, conclui Amélia Monteiro.

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