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O Palácio de Buckingham disse adeus à sua rainha
O corpo de Isabel II foi levado esta tarde de Buckingham para as Casas do Parlamento.
Os relógios marcavam 14h22 quando o cortejo fúnebre, que acompanhou Isabel II até às Casas do Parlamento, saiu do Palácio de Buckingham.
Acompanhada por muitos milhares que se amontoaram nas ruas iluminadas pelo sol, a homenagem pautou-se sobretudo pelo silêncio, interrompido pela marcha dos caminhantes e pela música que acompanhou o desfile. De vez em quando, porém, gritos e aplausos espontâneos emergiam da multidão.
Durante a procissão, a banda dos Guardas Escoceses e a banda dos Guardas Granadeiros tocaram, entre outras, a Marcha Funerária nº 1, 2 e 3 de Beethoven, a Marcha Funerária de Mendelssohn e a Marcha Funerária de Chopin.
Atrás do caixão da rainha, o novo rei Carlos III liderou a procissão, com os irmãos ao seu lado: a princesa Ana, o duque de Iorque, André, e o conde de Wessex, Eduardo. Atrás destes, os netos: Peter Phillips, Harry e William, lado a lado, seguidos pelo vice-almirante sir Tim Laurence, marido de Ana, por um primo da rainha, o duque de Gloucester, e o seu sobrinho, filho da princesa Margarida.
Mas não foi só a família que saiu de Buckingham com a monarca que mais tempo ocupou o palácio: os funcionários que a serviram ao longo dos anos também integraram o cortejo.
O caixão foi transportado no mesmo carro de armas que levou o rei Jorge VI da Igreja de Sandringham para a Estação de Wolferton Station, em Fevereiro de 1952, tendo sido posteriormente usado no funeral da rainha-mãe, em 2002.
O momento foi descrito com muita emoção por vários entre a assistência. "É um momento muito, muito comovente", desabafou ao Guardian Dilip Gunawardena, de 73 anos, que viajou de Herefordshire, um condado na zona Oeste da Inglaterra, para estar entre a multidão.
Já Sara Brown de Essex, no Sudoeste do país, recordou à BBC o dia em que, com dez anos, recebeu a missão de oferecer flores à rainha. Estávamos em 1981, e Isabel II estava prestes a embarcar no iate real Britannia, em Parkeston Quay, Harwich. "Ela foi tão maravilhosa", recordou a mulher que sentiu que tinha de viajar até Londres nesta altura. "Ela fez uma promessa durante todos aqueles anos e manteve essa promessa até ao seu último dia, por isso tinha de vir aqui para prestar a minha homenagem."
Entre os que se reuniram, alguns estiveram presentes para representar pais idosos, outros para testemunhar a história e muitos para agradecer a uma mulher que, tendo ascendido ao trono em 1952, ainda estava a realizar reuniões oficiais do governo apenas dois dias antes da sua morte.
Veronica Lewis, de 52 anos, de Worthing, no Sul de Inglaterra, concordou, em declarações à Reuters: "Ela cumpriu de facto o seu juramento de fazer tudo o que pudesse por este país."