Oposição de direita ganha vantagem nas legislativas suecas

Os Democratas Suecos, de extrema-direita e anti-imigração, deverão tornar-se na segunda força política no Parlamento.

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A primeira-ministra e líder do Partido Social Democrata, Magdalena Andersson Fredrik Sandberg/TT News Agency/via REUTERS

Os resultados finais das legislativas de domingo na Suécia vão ser anunciados na quarta-feira, para incluir votos do estrangeiro e antecipados, indicou a autoridade eleitoral do país.

“Não teremos um resultado final esta noite”, declarou a primeira-ministra cessante sueca, Magdalena Andersson, cujo Partido Social-Democrata da Suécia (S/SAP) surge em primeiro lugar, com 30,5% dos votos, de acordo com os resultados parciais em 92% das assembleias de voto.

O bloco liderado pelo chefe do Partido Moderado (conservador) Ulf Kristersson aproxima-se de uma maioria absoluta no parlamento sueco (Riksdagen, 349 assentos) de 175 a 176 lugares, contra 173 a 174 para o bloco de esquerda da primeira-ministra social-democrata, de acordo as últimas contagens.

Nos votos contados até à 01h00 (00h00 em Lisboa), o bloco de direita (SD, Moderado, cristãos-democratas e liberais) obteve 49,7%, contra 48,8% do bloco de esquerda (sociais-democratas, Partido de Esquerda, Verdes e Partido do Centro).

Anderson considerou que os sociais-democratas tiveram um bom resultado: “o nosso apoio aumentou e é evidente que a social-democracia sueca é forte”.

O grande vencedor da noite eleitoral é o partido nacionalista anti-imigração Democratas da Suécia (SD), dirigido por Jimmie Akesson, com 20,7% dos votos, que fazem do SD o primeiro partido da direita, mas também o segundo da Suécia.

Akesson destacou o resultado: “estou muito feliz e orgulhoso do que fizemos juntos para o conseguir”.

O líder do SD salientou que o objectivo é fazer parte do governo: “se houver uma mudança de poder, teremos uma posição central. A nossa ambição é sentarmo-nos no governo”.

O Partido Moderado surge em terceiro lugar, nos resultados preliminares, com 19% dos votos, tendo o líder, Ulf Kristersson, considerado que o partido tinha feito “tudo o que era possível”, apelando à unidade para o bem do país.

“Temos muita incerteza no mundo à nossa volta e a polarização política tornou-se demasiado grande, mesmo na Suécia. Neste contexto, quero unir-me, não dividir”, disse.

Em quarto lugar, encontra-se o Partido do Centro (6,7%), seguido pelo Partido de Esquerda (6,6%), o Partido Democrático Cristão da Suécia (5,4%), o Partido Verde (5%) e o Partido Liberal da Suécia (4,6%).

As mortes em acertos de contas entre gangues criminosos – que se tornou um grave problema social – estão no topo das preocupações dos suecos, seguidas dos cuidados de saúde e da imigração, temas que favoreceram a subida do partido nacionalista e anti-imigração Democratas Suecos, até há poucos anos isolado na cena política do país escandinavo.

A Suécia, que está num processo de adesão à NATO e que assumirá a presidência rotativa do Conselho da União Europeia em 01 de Janeiro, é governada desde 2014 pelos sociais-democratas, o principal partido do país desde a década de 1930.