7 dias, 7 fugas: tradições para bem-estar, do samba no pé à arte no ar
Lisboa entra num Festival de Bem-Estar e conta tradições do Japão, a Mealhada põe-se a sambar, Estarreja dá corda à arte urbana, o Algarve abre a Rota do Petisco, Sintra escuta Jazz em Monserrate e Montemor-o-Novo chega ao Ponto d’Orvalho.
Sábado, 10: em Lisboa, um festival de (boas) energias
Energia, bem-estar, concentração, meditação, relaxamento. Durante três dias (de 9 a 11 de Setembro), Lisboa vai ao tapete para bem do corpo e da mente, cortesia do Festival de Bem-Estar (Feira Alternativa), que assenta arraiais no Parque de Jogos 1.º de Maio do Inatel.
Neste que se assume como “o maior e mais antigo evento de terapias complementares e alternativas”, estão alinhadas mais de 140 actividades e duas centenas de expositores. Uma mega-aula de ioga, um evento de reiki presencial para a paz e o exercício tântrico Eye Gazing são alguns dos destaques no programa desta 16.ª edição, que vem complementado por palestras, workshops, dança, artesanato, esoterismo, sessões de meditação e aulas de chi kung e tai chi. Na montra, com o carimbo da ecologia e sustentabilidade, há ainda lugar para áreas como a cosmética, a alimentação saudável ou os produtos 100% naturais e biológicos.
As portas estão abertas sexta, das 15h às 23h; sábado, das 10h às 23h; e domingo, das 10h às 21h. A entrada diária custa 7,5€ (sexta) e 10€ (sábado ou domingo); o passe de três dias, 15€.
Domingo, 11: na Mealhada, samba no pé
Três dias de samba como se fosse Carnaval. É esta a proposta do Festival de Samba da Mealhada, promovido pela Associação do Carnaval da Bairrada em conjunto com o município, que faz o gosto ao pé para vingar a festa cancelada por causa da pandemia.
A tradição tem 25 anos de história e chega agora a palco com alegria redobrada. Aos Amigos da Tijuca, Batuque, Real Imperatriz e Sócios da Mangueira, as escolas da terra, juntam-se as convidadas Escola de Samba Costa de Prata de Ovar e Trepa de Estarreja, e o Grupo Samba Lêlê. Além dos desfiles, há espectáculos de magia, uma festa da espuma infantil, insufláveis, um CrossTrail, um passeio motard, baile funk, pintura corporal, jogos e comida de rua (cartaz detalhado aqui). Entre 9 e 11 de Setembro, no Parque da Cidade da Mealhada, com entrada livre.
Segunda, 12: Estarreja pintada de fresco
Os street artists voltam a ter ordem para decorar muros, ruas, fachadas, empenas e edifícios de Estarreja. É mais uma edição (a quinta) do Estau - Estarreja Arte Urbana que, entre 10 e 18 de Setembro, espalha o traço pela cidade-galeria para envolver a comunidade local e “provocar o diálogo e a reflexão”. Tudo com o chapéu da sustentabilidade ambiental, o tema que dá o mote aos trabalhos deste ano.
Bordalo II, Pantónio, Mariana Duarte Santos, Ruído, Daniela Guerreiro, Pitanga, Mário Afonso e Thiago Mazza (a quem cabe a intervenção pioneira de transformar um tanque industrial numa tela de arte) são os artistas convidados a deixar a sua marca num programa que se cruza também com exposições, conversas, cinema, teatro, música, performances, workshops e visitas guiadas. Um convite para “parar, observar, sentir” este museu a céu aberto, que conta já com 40 obras de arte urbana.
Terça, 13: Lisboa com tradições do Japão
Duas oficinas para conhecer e pôr em prática as tradições japonesas no que respeita à arte do arranjo floral ikebana e à técnica de encadernação kangxi. Com lugar no Museu do Oriente (Lisboa), ensinam os segredos da arte floral de construção simples e harmoniosa – cuja origem remete para um ritual de oferenda nos templos budistas do século VI – e do processo de criação e encadernação de um livro com costuras decorativas e elegantes, habitualmente reservadas a livros “mais refinados e especiais”.
Os workshops estão marcados para os dias 13 (Ikebana, das 14h às 16h, 55€) e 24 de Setembro (Kangxi, das 14h30 às 17h30, 40€). Inscrições e outras informações em www.foriente.pt.
Quarta, 14: Algarve a petiscar
Um mês para provar os menus especiais de mais de 200 estabelecimentos algarvios (entre restaurantes, pastelarias e cafés) que se associam à 12.ª edição da Rota do Petisco. Inspirada nos produtos locais e nas tradições gastronómicas da região, a odisseia decorre entre 14 de Setembro e 16 de Outubro e passa pelas mesas de 11 municípios: Albufeira, Aljezur, Lagoa, Lagos, Loulé, Monchique, Portimão, São Brás de Alportel, Silves, Tavira e Vila do Bispo.
O cardápio estende-se às já habituais Rota dos Chefs, onde se pode petiscar em primeira classe a preço de económica, e Rota do Mundo, para saborear iguarias de outros países, a que se junta uma Rota da Memória, com “as receitas dos nossos avós e os pratos de tacho dos almoços em família”, detalha o comunicado.
Cada menu custa 3,50€ (petisco e bebida) ou 2,50€ (sobremesa e bebida). Tal como em anos anteriores, a viagem está sujeita à aquisição de um passaporte (1,50€ a reverter para projectos sociais locais), onde são coleccionados os carimbos de cada estabelecimento visitado e se habilitam os titulares a um conjunto de prémios. A organização é da Teia d’Impulsos.
Quinta, 15: Monserrate com notas de jazz
Em Sintra, há música no relvado do Parque de Monserrate. Promovido pela Parques de Sintra, o novo ciclo Jazz em Monserrate põe música, património e natureza a tocar na mesma escala, ao pôr-do-sol.
A cortina abre com O que Já Importa, do ensemble liderado pelo guitarrista Afonso Pais (dia 15). Seguem-se os concertos de Tomás Marques Quarteto (16), André Fernandes (17) e Mário Laginha Trio (18), sempre com início às 19h30.
Os bilhetes diários custam 15€ (51€ para o ciclo completo) e dão direito a visita ao Parque e Palácio de Monserrate. Sendo ao ar livre, é recomendado “o uso de agasalho, calçado confortável e manta”.
Nota: devido às condições meteorológicas adversas, o concerto de Afonso Pais tem lugar no Centro Cultural Olga Cadaval.
Sexta, 16: Montemor-o-Novo em Ponto d'Orvalho
A Herdade do Barrocal de Baixo, em Montemor-o-Novo, está em Ponto d’Orvalho. Apresentado como um “campo para explorar as transformações dinâmicas do ambiente e o seu impacto no nosso futuro colectivo e nas suas estruturas sociais”, o festival transdisciplinar de artes na paisagem tem lugar reservado no calendário entre 16 e 18 de Setembro.
A terceira edição do evento propõe-se a Pensar como uma floresta, reunindo artistas, agricultores, cozinheiros, filósofos, activistas e especialistas em torno da sustentabilidade, num cartaz que se passeia entre artes visuais, performances, concertos, conversas, workshops, refeições e caminhadas.
A curadoria é de Joana Krämer Horta, Leonor Carrilho e Sérgio Hydalgo. O bilhete único, de acesso aos três dias, custa 55€.