Os Obama regressaram à Casa Branca para revelar os seus retratos oficiais
Cerimónia foi retomada depois de Donald Trump não ter organizado o evento durante a sua Presidência. Joe Biden deu as boas-vindas “a casa” ao casal Obama.
Barack e Michelle Obama regressaram, nesta quarta-feira, à Casa Branca para a apresentação dos seus retratos oficiais, cerca de cinco anos depois de terem deixado a residência presidencial norte-americana.
A cerimónia foi retomada dez anos depois de Barack Obama ter revelado os retratos de George W. e Laura Bush, em Maio de 2012 — Donald Trump não organizou a cerimónia nos seus anos da sua Administração.
“Barack e Michelle, bem-vindos a casa”, começou por dizer o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que cumpriu oito anos como vice-presidente durante a governação de Barack Obama.
O discurso introdutório de Biden foi, como seria de esperar, caloroso, com elogios aos feitos alcançados e às vontades não realizadas da Administração Obama durante os dois mandatos. E não faltaram momentos de amizade e intimidade sublinhada pelo actual líder norte-americano.
“Imagino que talvez tenham existido relações como esta entre Presidente e vice-presidente, mas não me lembro de nenhuma”, disse Biden. Barack Obama retribuiu a simpatia.
“Alguém disse um dia que se estás à procura de um amigo em Washington, deves arranjar um cão. A nossa família teve a sorte de ter dois cães maravilhosos. Mas tive ainda a sorte de ter a possibilidade de passar oito anos a trabalhar dia e noite com um homem que se tornou um verdadeiro companheiro e amigo”, disse o 44.º presidente norte-americano, já depois de revelados os retratos.
Os retratos revelados, nesta quarta-feira, são diferentes dos que foram apresentados em 2018 na Galeria Nacional de Retratos do Museu Smithsonian. Na altura, Barack e Michelle Obama escolheram Kehinde Wiley e Amy Sherald, dois artistas conhecidos pelo seu trabalho a retratar pessoas negras. Desta vez, Sharon Sprung e Robert McCurdy foram os artistas incumbidos da tarefa de pintar o primeiro casal presidencial negro na história dos Estados Unidos.
“Era importante encontrar as pessoas certas para pintá-los”, referiu o antigo presidente, que elogiou a forma como Sprung retratou “tudo o que admira” em Michelle e o trabalho hiper-realista de McCurdy.
“O que adoro sobre o trabalho de Robert McCurdy é que pinta as pessoas exactamente como são”, disse. “Recusou o meu pedido para fazer as minhas orelhas mais pequenas e também me conseguiu tirar da cabeça a ideia de não usar um fato de banho”, brincou Obama, que pincelou o discurso com vários momentos de descontracção.
Na sua intervenção, Michelle sublinhou que Sharon Sprung se junta a “um pequeno, mas poderoso grupo de mulheres que pintaram um retrato oficial para a Casa Branca” e olhou para os oito anos na residência oficial de uma perspectiva diferente.
“As nossas filhas viveram mais tempo nesta casa do que em qualquer outro sítio. É um sítio especial porque criámos as nossas meninas aqui”, observou a antiga primeira-dama. Num discurso em que, à semelhança do marido, sublinhou a importância da Presidência de Obama para que as gerações mais novas de minorias vejam o que podem alcançar, Michelle Obama deixou um toque à Administração Trump, que não recebeu o casal em Washington D.C..
“Tradições como esta importam. Não só por nós, que estivemos nestes cargos, mas para todos os que participam e vêem a nossa democracia. As pessoas fazem-se ouvir com o seu voto. Temos uma tomada de posse para garantir uma transição de poder pacífica. Os que têm a sorte de servir enquanto podem, enquanto as pessoas escolhem ter-nos aqui. E quando o nosso tempo acaba, seguimos em frente e tudo o que resta neste local abençoado são os nossos bons esforços e estes retratos”, disse.