Pesadelo para Ruben Amorim, sonho para Vítor Pereira na Premier League
Dois dos treinadores portugueses que orientam equipas na Premier League tiveram sortes bem diferentes nos jogos disputados neste domingo.
Está complicada a vida de Ruben Amorim no Manchester United. O treinador português que a meio da época trocou o Sporting pelo desafio de recolocar os “red devils” no topo do futebol inglês voltou a somar mais um desaire, isto apenas três dias depois de ter sido eliminado da Taça da Liga. Desta vez, a derrota foi em Old Trafford, para o campeonato, e frente a um modesto Bournemouth. E por números que doem: 3-0. Bem diferente foi a estreia de Vítor Pereira como treinador do Wolverhampton, com o penúltimo classificado da Premier League a ir a casa do Leicester City vencer por idêntico resultado.
Com Bruno Fernandes e Diogo Dalot a titulares mas sem Marcus Rashford nas opções pelo terceiro jogo consecutivo (o técnico português e o internacional inglês continuam de costas voltadas), Ruben Amorim viu o Bournemouth humilhar a sua equipa. Em pleno Old Trafford, os "cherries" somaram aquela que foi a sua quarta vitória nos últimos cinco jogos na Premier League beneficiando de dois dos principais "pecados" que a equipa de Amorim tem apresentado - fragilidade nos lances de bola e desperdício na finalização.
Foi precisamente de livre que Dean Huijsen (29') inaugurou o marcador, saltando mais alto do que Joshua Zirkzee. Antes do intervalo, Bruno Fernandes esbanjou duas boas ocasiões de golo para o United e, pouco depois do intervalo a partida ficou "sentenciada" quando um erro de Mazraoui deu penálti para o Bournemouth, convertido por Justin Kluivert (61') - sim, filho de Patrick Kluivert - e, dois minutos depois, Antoine Semenyo (63') ter concluído uma boa jogada de ataque perante a passividade defensiva dos "red devils" e depois de Garnacho ter esbanjado mais uma flagrante oportunidade de golo.
Amorim desiludido
"Está a ser difícil conseguirmos ter dois, três jogos seguidos a vencer, mas temos tentado", começou por afirmar Ruben Amorim após a derrota com o Bournemouth. "Este jogo foi duro para nós. Voltámos a sofrer golos de bola parada e ficámos um pouco nervosos, senti isso no estádio. O penálti e um outro golo foram muito difíceis para nós. Tentámos marcar mas... foi um jogo difícil para nós, por isso, vamos olhar para a frente", acrescentou o técnico português, que viu a sua equipa rematar 23 vezes à baliza do Bournemouth sem qualquer sucesso, contra os 10 remates dos "cherries" que renderam três golos.
"Temos que nos concentrar no nosso trabalho e não naquilo que se sente no estádio. É a única forma que conheço de fazer com que os meus jogadores melhorem", insistiu Amorim.
São agora nove os jogos de Ruben Amorim aos comandos do United, com quatro vitórias, um empate e quatro derrotas e um "impensável" 13.º lugar na tabela, com os "red devils" a terem apenas mais quatro equipas entre si e a zona de despromoção.
Gonçalo Guedes ajudou Vítor Pereira
Em Leicester, Vítor Pereira teve uma estreia de "sonho", com os "wolves" a vencerem por claros 3-0 e com dois golos portugueses - de Gonçalo Guedes e Rodrigo Gomes, colocando assim um ponto final numa série de quatro jogos consecutivos a perder.
O internacional luso, assistido por Nelson Semedo, inaugurou o marcador (19') antes de Rodrigo Gomes ter dilatado a vantagem dos visitantes (36') que tiveram ainda na sua equipa titular os também portugueses José Sá e Toti Gomes, enquanto Carlos Borges saiu do banco nos instantes finais. O último golo da partida chegou ainda antes do intervalo (44'), assinado por Matheus Cunha, após assistência de Gonçalo Guedes.
Para os "wolves", que só tinham duas vitórias, o triunfo em Leicester foi um "balão de oxigénio", e embora ainda não tenha chegado para sair da zona de despromoção, permitiu-lhes ficar a apenas dois pontos de distância, precisamente do Leicester City, a primeira equipa com "a cabeça fora de água".
O outro técnico português em acção na Liga inglesa neste domingo foi Marco Silva, que não conseguiu que o seu Fulham, a jogar no seu estádio, saísse do nulo inicial frente ao Southampton, último da tabela, passando a ocupar o nono lugar da classificação, seis pontos atrás de um Nottingham Forest, comandado por Nuno Espírito Santo, e que ocupa um surpreendente quarto posto, naquele que é, por agora, o melhor desempenho dos treinadores portugueses nesta edição da Premier League.