Dia difícil para Miguel Oliveira em MotoGP

O português fez um corrida discreta e o ritmo nunca foi consistente – teve altos e baixos. Uma penalização na parte final da corrida impediu mesmo o piloto de terminar no top 10, na prova ganha pela Ducati de Pecco Bagnaia, que continua a “voar” neste Mundial.

Foto
Miguel Oliveira a rodar atrás de Alex Márquez em São Marino Reuters/JENNIFER LORENZINI

Pecco Bagnaia (Ducati) venceu neste domingo o GP de São Marino em MotoGP. O piloto italiano somou o quarto triunfo consecutivo no Mundial (é o primeiro piloto Ducati a consegui-lo) e reduziu a distância para o líder do campeonato, subindo ao segundo lugar. Fabio Quartararo terminou a prova no quinto lugar, perdendo alguma da vantagem que tinha para Bagnaia (são, agora, 30 pontos).

O triunfo acabou por ser discutido num duelo italiano entre Bagnaia e Enea Bastianini, que serão colegas de equipa em 2023, com Maverick Viñales, que rodou muito tempo em segundo lugar, a terminar no lugar mais baixo do pódio.

As contas do Mundial ficaram assim:
1. Fabio Quartararo, 211 pontos
2. Pecco Bagnaia, 181
3. Aleix Espargaró, 178
4. Enea Bastianini, 138

Já Miguel Oliveira fez uma corrida discreta. O ritmo do português nunca foi consistente – teve altos e baixos – e uma penalização na parte final da corrida impediu mesmo o piloto de terminar no top 10. Depois de ter arrancado da décima posição da grelha, acabou abaixo desse lugar, com o 11.º posto.

Instantes antes da partida, a SportTV pôde perguntar a Miguel Oliveira se resolveu, de sábado para domingo, os problemas sentidos no sector 3 do circuito de São Marino – especialmente na curva 11, no qual a moto perdia algum equilíbrio. A resposta não foi a mais animadora: “O sector 3 não está completamente resolvido, mas vou tentar improvisar o que conseguir e tentar ser ainda mais rápido nos outros sectores”.

O apelo à improvisação mostrava que seria uma corrida dura para o português, que reagiu bem aos semáforos, mas depressa sentiu que não tinha o ritmo de que gostaria. O português fixou-se na décima posição, atrás de Alex Márquez, piloto que fazia o “fosso” para o pelotão da frente – e, portanto, a servir de “tampão” a Oliveira, ainda que a KTM do piloto de Almada nunca tenha parecido forte o suficiente para passar o espanhol.

Na frente, havia muita confusão. O líder Jack Miller caiu logo na volta 2, perdendo a frente na curva 4. Logo a seguir, Bezzecchi, Morbidelli e Giannantonio também foram ao asfalto, sendo que Bastianini ficou pendurado na moto, mas aguentou-se. Tudo isto depois do incidente entre Zarco, Pirro e Pol Espargaró, que colocou os três fora da corrida.

A pista parecia coberta de manteiga, tal era a facilidade com que os pilotos perdiam aderência, mas o aquecimento dos pneus com o passar das voltas acabou por acalmar a corrida.

Bagnaia estava com um bom ritmo na liderança e Miguel Oliveira, mais atrás, estava a encontrar o melhor ritmo. Depois de duas voltas rápidas, conseguiu passar Márquez na volta 11 e ficou, nesse momento, em “terra de ninguém”, estando a cerca de três segundos de Alex Rins.

O português foi retirando esse tempo a cada volta que fazia em São Marino, estando com um ritmo bastante interessante nessa fase da corrida. Não o suficiente, porém, para suster o ataque do colega Brad Binder, que fez uma corrida de trás para a frente e voltou a atirar Oliveira para a décima posição.

Na frente, pouco ou nada se passava. Viñales e Bastianini não deixavam Bagnaia fugir, mas também não atacavam o líder. Pareceu haver clara intenção, sobretudo de Viñales, de deixar Bagnaia “em lume brando”, preferindo rolar atrás do italiano e deixar um ataque decisivo para a parte final da corrida (ainda faltavam oito voltas).

A parca ousadia do espanhol acabou por sair-lhe caro, com Bastianini a fartar-se do estado de coisas e assumir uma postura ofensiva. A luta entre ambos era tudo o que Bagnaia queria para ganhar alguns metros e “respirar” melhor.

O espanhol, relegado para a terceira posição, não mais conseguiu acompanhar os dois italianos e sentiu na pele a demora em atacar Bagnaia quando tinha ritmo para tal.

O duelo nas últimas voltas ficou para Bastianini e Bagnaia, com o piloto da Ducati oficial a vencer por muito pouco – Bastianini entrou muito bem na recta da meta e ficou a pouco do triunfo.

No caso de Miguel Oliveira, que tinha a décima posição garantida (o nono e o 11.º estavam longe), houve uma penalização por exceder os limites da pista. O top 10 passou, assim, a ser uma miragem e o português terminou a corrida em 11.º lugar.

Esta corrida marcou ainda o “adeus” de Andrea Dovizioso. Aos 36 anos, o piloto italiano fez a última corrida em MotoGP, deixando uma carreira com 15 vitórias.

A próxima corrida está agendada para 18 de Setembro, no GP de Aragão, em Espanha.

Sugerir correcção
Comentar