Segue vivo o mundo perfeito de Schmidt no Benfica

Os “encarnados” estiveram em desvantagem, chegaram à igualdade a 15 minutos do fim e conseguiram o golo do triunfo nos descontos, quando estavam em inferioridade numérica.

Foto
Neres festeja o seu golo contra o Vizela LUSA/MIGUEL A. LOPES

Foi a vitória mais “apertada” de todas as que Roger Schmidt conseguiu desde que passou a orientar os “encarnados” mas, no final, o mundo perfeito do alemão na Luz continua vivo. O triunfo por 2-1 frente ao Vizela surgiu já no período de compensação e de penálti, num lance muito contestado pelos vizelenses e numa altura em que os benfiquistas jogavam em inferioridade numérica, depois de Gonçalo Ramos ter sido expulso por ter, na opinião do árbitro Fábio Veríssimo, simulado uma falta para penálti, numa jogada muito contestada pelos lisboetas.

O Benfica mereceu o triunfo. Teve uma percentagem de posse de bola esmagadora (72%), acertou duas vezes nos postes da baliza do adversário e conquistou 15 cantos. Mas o Vizela também merecia levar pontos para casa. Foi uma equipa extremamente organizada defensivamente. Organizada e solidária e complicou bastante a organização ofensiva dos benfiquistas. Mas todos sabem que o futebol não dá muito crédito ao mérito.

O Benfica foi para o intervalo a perder por três razões: a inspiração de Osmajic, autor do golo vizelense, a desinspiração benfiquista na frente de ataque, e a organização defensiva da equipa orientada por Álvaro Pacheco.

Apesar de ter tido o domínio da partida, a equipa de Roger Schmidt foi muito ineficaz. Mas ainda antes de ser ineficaz foi quase inofensiva. O Vizela foi capaz de condicionar bastante a construção de jogo dos homens da casa, com marcações incisivas quer a Florentino, quer a Enzo. E como Neres esteve em noite desinspirada (excepção feita a um momento no segundo tempo) e Rafa trapalhão, o futebol ofensivo das “águias” foi pouco letal.

A excepção foram duas bolas paradas que proporcionaram dois tiros aos ferros da baliza à guarda de Buntic de Gonçalo Ramos e João Mário.

A segunda parte não foi muito diferente. O Benfica recomeçou a partida um pouco mais pressionante, empurrou um pouco mais o Vizela para junto da sua área, mas os minhotos tiveram o mérito de nunca perderem a cabeça.

Gonçalo Ramos, numa jogada de insistência, obrigou Buntic a defesa apertada, mas tirando isso, o Benfica não criou mais nenhum lance de golo. Rafa tentava compensar as dificuldades de construção benfiquistas surgindo entre linhas, mas nesta sexta-feira nada saiu bem ao internacional português; Neres pareceu sempre fatigado e os seus cruzamentos poucas vezes lhe saíram bem; e Gonçalo Ramos era presa fácil para a dupla de centrais vizeleneses. Sobrava João Mário, que se esforçou mas pouco mais conseguiu do que mostrar esforço.

Até que a um quarto de hora do final, um momento de inspiração de Neres deu esperança aos benfiquistas. O brasileiro marcou um golão e repôs a igualdade. Só que o Benfica não aproveitou o embalo e a partida foi-se arrastando para o minuto 90 sem grandes jogadas de perigo.

No período de compensação surgiu a polémica e o golo do triunfo “encarnado”. Primeiro a expulsão de Ramos (segundo amarelo) devido a alegada simulação de falta para penálti, avaliou o árbitro. Depois penálti de Diogo Rosa, ajuizou Veríssimo, por o jogador se opor com um braço a um remate de Rafa no interior da área vizelense. Penálti convertido por João Mário, alívio nas bancadas da Luz.

Sugerir correcção
Ler 41 comentários