ONU quer angariar 160 milhões de dólares para ajudar o Paquistão

As Nações Unidas apelaram a uma resposta rápida da comunidade internacional ao pedido de ajuda ao Paquistão. Inundações catastróficas já mataram mais de mil pessoas e destruíram infra-estruturas e plantações.

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O Paquistão estima que as inundações tenham afectado mais de 33 milhões de pessoas Reuters/FAYAZ AZIZ

As Nações Unidas lançaram esta terça-feira um apelo para conseguirem angariar 160 milhões de dólares (cerca de 159 milhões de euros) para ajudar o Paquistão a fazer face às inundações catastróficas que mataram mais de 1100 pessoas, destruíram infra-estruturas e plantações, e afectaram 33 milhões de pessoas.

Estimativas iniciais apontam para prejuízos de cerca de 10 mil milhões de dólares (cerca de nove mil milhões de euros), avançou o governo paquistanês, acrescentando que o mundo tem a obrigação de ajudar o país do Sul da Ásia a lidar com os efeitos das alterações climáticas provocadas pelo homem.

“O Paquistão está inundado de sofrimento”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, na mensagem em vídeo que usou para apelar aos países. “O povo paquistanês enfrenta uma monção com esteróides - o impacto incessante dos níveis de chuva e inundações”.

Chuvas torrenciais, cheias e desabamentos afectaram mais de 30 milhões de pessoas no Paquistão. Nesta foto, de 27 de Agosto, um homem tenta atravessar uma zona inundada em Charsadda ARSHAD ARBAB/EPA
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Paquistão disse à Reuters que o país precisa de ajuda financeira REHAN KHAN/Epa
Em Nawabshah a população tenta salvar alguns dos seus bens colocando-os em locais mais elevados REHAN KHAN/Epa
As cheias mataram mais de mil pessoas, segundo as agências internacionais. Na foto, Hyderabad, a 25 de Agosto NADEEM KHAWAR/Epa
Famílias improvisam abrigos em Hyderabad NADEEM KHAWAR/EPA
NADEEM KHAWAR/EPA
Província do Baluchistão: as principais vias rodoviárias estão destruídas, as comunicações não funcionam, há falta de tendas Amer Hussain/Reuters
Yasir Rajput/Reuters
Cidade de Karachi SHAHZAIB AKBER/Epa
Fábrica de tendas em Rawalpindi: foram danificadas mais de 3000 quilómetros de estradas, 130 pontes e 495 mil casas no país; as tendas são essenciais para quem precisa de abrigo SOHAIL SHAHZAD/Epa
Dera Allah Yar, na região do Baluchistão Amer Hussain/Reuters
Distribuição de alimentos em Hyderabad NADEEM KHAWAR/Epa
FAYYAZ AHMED/epa
REHAN KHAN/Epa
ARSHAD ARBAB/Epa
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Operações de retirada de pessoas de zonas inundadas neste fim-de-semana SAOOD REHMAN/EPA
Operações de retirada de pessoas de zonas inundadas neste fim-de-semana WAQAR HUSSAIN/EPA
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Chuvas torrenciais, cheias e desabamentos afectaram mais de 30 milhões de pessoas no Paquistão. Nesta foto, de 27 de Agosto, um homem tenta atravessar uma zona inundada em Charsadda ARSHAD ARBAB/EPA

Guterres referiu ainda que as elevadas necessidades de assistência - dado que milhões de pessoas foram forçadas a deixar as suas casas, e várias escolas, instalações de saúde e colheitas foram destruídas pela catástrofe climática - exigem a atenção colectiva e prioritária do mundo.

As chuvas torrenciais que se registaram provocaram cheias repentinas que desceram pelas montanhas do Norte, destruindo edifícios, pontes, plantações e inundando estradas. Enormes volumes de água estão a chegar ao rio Indo, que percorre o país desde os seus pontos mais a norte até às planícies do Sul, com inundações em toda a sua extensão.

De acordo com Guterres, os 160 milhões de dólares que a ONU espera angariar irão assegurar alimentos a 5,2 milhões de pessoas, assim como água, saneamento, educação de emergência e apoios à saúde.

O Paquistão estima que as inundações tenham afectado mais de 33 milhões de pessoas, ou mais de 15% da sua população de 220 milhões.

Guterres apelou a uma resposta rápida da comunidade internacional ao pedido de ajuda ao Paquistão. “Vamos todos ser mais solidários e apoiar o povo do Paquistão na sua hora de maior necessidade”, disse o secretário-geral da ONU. E concluiu: “Deixemos de caminhar em direcção à destruição do nosso planeta devido às alterações climáticas”.