Tempestade
Nas Filipinas, os alunos regressam de barco às escolas inundadas — que já fecharam outra vez
Numa das províncias das Filipinas, os alunos regressam às aulas presenciais em barcos. Sentados nas cadeiras verdes, a água dá-lhes pelos tornozelos. No primeiro dia de aulas, a 22 de Agosto, estão outra vez todos juntos e a escola está inundada devido à maré alta, mas tudo parece decorrer normalmente, como antes da pandemia de covid-19.
Mylene Ambrocio, professora da escola pública, conduz o canto do hino nacional filipino, antes de começar a ensinar a matéria. De chinelos ou sandálias, os alunos de uniforme parecem ignorar com sucesso a água castanha que lhes cobre os pés e continuam, imperturbáveis, a tirar notas nos cadernos.
O encerramento prolongados das escolas e o choque nos rendimentos domésticos fizeram com que muitas crianças de dez anos, nas Filipinas, não conseguissem ler um texto simples, denunciou a UNICEF, num comunicado onde celebrava o primeiro dia do regresso às aulas presenciais. Mais de 28 milhões de estudantes voltaram às salas de aula em todo o país, de acordo com o Ministério da Educação filipino.
Mas, apenas um dia depois, e após uma paragem de mais de dois anos, a tempestade tropical conhecida como Florita forçou o encerramento das escolas em todo o norte das Filipinas.
A mudança para aulas online, programas educativos de televisão e rádio revelou-se extremamente desafiante para o país de mais de 110 milhões, onde menos de um quinto dos lares tem acesso à Internet e muitos habitantes não têm dispositivos móveis, escreve a Reuters.
Desta vez, as aulas e o trabalho presencial nos edifícios governamentais estão suspensos apenas até 24 de Agosto, indica um comunicado publicado no Facebook do gabinete do presidente filipino, tempo suficiente para relembrar que as aprendizagens escolares não são apenas afectadas por pandemias globais.