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Em Pequim, os donos despedem-se dos animais num funeral quase humano
Um cão sem vida, acompanhado dos donos num cenário de homenagem: uma vela a arder, uma fotografia e os seus brinquedos favoritos. Na China, a indústria dos funerais de animais de estimação está a crescer exponencialmente: o mercado já valia aproximadamente 43 mil milhões de euros em Dezembro de 2020 e espera-se que atinja os 64 mil milhões em 2023.
Há mais de mil empresas chinesas a oferecer este serviço. Dependendo da raça e peso do animal, o preço mais baixo fixa-se nos 860 euros.
"Recebemos entre 800 a mil marcações de funerais todos os anos. A maior parte dos nossos clientes marca o serviço um dia depois de o animal morrer. Está relacionado com as necessidades dos donos, não tem nada a ver com o festival", diz Wang Yinghao, co-fundador da funerária Rainbow Planet, referindo-se ao Hungry Ghost Festival, que se celebra anualmente e onde prevalece a crença que, durante o evento, os espíritos atormentados deambulam pela Terra. É também a altura em que os vivos relembram e celebram os mortos.
Estas cerimónias quase se assemelham às humanas. Na Rainbow Planet, os donos despedem-se dos animais, antes de eles serem transportados, dentro de caixões, para o local onde serão cremados. Antes de partirem, carimbam as suas patinhas e emolduram-nas — criando assim uma memória eternizada.