Ex-primeiro-ministro paquistanês acusado ao abrigo das leis anti-terrorismo do país

Polícia indicia Khan por supostas ameaças dirigidas às forças de segurança e à Justiça. Centenas de apoiantes juntaram-se em frente à sua casa para travar detenção: “Se for preso vamos tomar o poder em Islamabad”.

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Khan (ao centro) num discurso proferido no sábado em que criticou as autoridades EPA/SOHAIL SHAHZAD

A polícia paquistanesa apresentou esta segunda-feira uma acusação contra o antigo primeiro-ministro, Imran Khan, ao abrigo das leis antiterrorismo do Paquistão, por alegadas ameaças dirigidas por este a membros das forças de segurança e da Justiça.

Em causa estão as declarações proferidas por Khan, no sábado, num dos inúmeros discursos críticos das acções do Governo e do Exército que tem feito desde que o seu executivo foi derrubado, em Abril, depois de aprovada uma moção de censura no Parlamento.

Nessa intervenção, o ex-primeiro-ministro prometeu processar vários agentes policiais e uma juíza. Isto porque, denuncia, os visados estão envolvidos em práticas de tortura que estarão a ser levadas a cabo contra um aliado seu, que se encontra detido.

No dia seguinte, noutro discurso, Khan sugeriu que a polícia paquistanesa estava a ser pressionada por “neutrais” – um termo que, segundo a Al-Jazeera, costuma ser usado para referir o establishment militar do Paquistão.

Também no domingo, a autoridade regulatória da comunicação social paquistanesa proibiu a reprodução dos discursos de Khan nos media do país, justificando a medida com a “propagação de discurso de ódio” contra “as instituições e os funcionários do Estado”.

Em resposta à acusação policial centenas de apoiantes de Imran Khan e do Movimento pela Justiça do Paquistão (PTI), o seu partido, juntaram-se nas imediações da sua casa em Islamabad, na zona de Bani Gala.

De acordo com Reuters, dizem-se preparados para travar a entrada da polícia na casa e estão dispostos a lançar uma ofensiva de desobediência civil na capital, caso venham prender Khan.

“Se Imran Khan for preso (…) vamos conquistar Islamabad”, prometeu Ali Amin Gandapur, ex-ministro no Governo de Khan, numa mensagem publicada esta segunda-feira no Twitter.

A BBC informa, no entanto, que o Tribunal Superior de Islamabad emitiu, entretanto, uma ordem judicial que impede a detenção do antigo chefe de Governo durante os próximos três dias, para poder julgar a acusação

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