7 dias, 7 fugas: do castelo ao pomar, arrebitam delícias para provar, escutar e viajar
Vinho e jazz em Palmela, street food em Portimão, Bacalhau Fest na Grande Lisboa, Cozinha à Portuguesa (e não só) em Vila do Conde e sidras em Ponte de Lima. Coimbra põe-se à escuta e Castro Marim viaja aos Dias Medievais.
Sábado, 20: Palmela a “jazzar” por entre os vinhos
Para começar, Antes do Jazz, um “percurso pedestre nas veredas mais recônditas em redor do Castelo de Palmela”, guiado pela Biotrails. Depois, arranca o fim-de-semana de convívio entre o jazz e os néctares da região por que é conhecido o Palmela Wine Jazz.
A carta musical da oitava edição contempla concertos de Carmen Souza & Theo Pascal, André Rosinha Trio e Mário Delgado, entre outros. Harmonizam-se com uma programação paralela em que entram uma feira de vinhos e uma série de provas comentadas – com brindes e promoções – em que marcam presença casas como Ermelinda Freitas, Adega de Palmela, Bacalhôa ou Herdade da Comporta.
O festival é organizado pela autarquia e pela Rota de Vinhos da Península de Setúbal. O programa pode ser consultado ao pormenor aqui.
Domingo, 21: Portimão de palato arrebitado
Nas ruas da cidade algarvia estão postas as mesas para as iguarias que 25 chefs de todo o país ali servem, entre 20 e 21 de Agosto. O terceiro Arrebita Portimão chega com a promessa de enaltecer a gastronomia da região – na culinária, mas também num Mercado de Produtores, novidade deste ano – e de oferecer uma boa dose de “novos sabores e propostas refrescantes e inusitadas”.
Os pratos, em formato de street food, tanto podem ser confeccionados por chefs experientes (alguns, com estrelas Michelin no currículo) ou emergentes. Cada um custa 6€ e pode ser saboreado das 18h às 23h. O cardápio completo encontra-se aqui.
Segunda, 22: Coimbra no convento à escuta
Por estes dias, entrar no Convento de São Francisco é dar com altifalantes e orquestras de objectos, ter a sensação de caminhar sobre folhas secas e até construir uma sinfonia com uma máquina de escrever. O monumento está cheio de instalações sonoras, criadas por mais de 20 artistas que foram desafiados a fazer eco da voz de Coimbra.
É a sexta edição do Just Listen! - Dar a Ouvir: Paisagens Sonoras da Cidade, um festival apostado na “valorização da escuta como forma de (re)conhecer o nosso entorno”, com o cunho do Jazz ao Centro Clube e o envolvimento da autarquia.
Foi inaugurado em meados de Julho e está aberto até 4 de Setembro, de quarta a segunda, das 15h às 20h, com entrada livre e direito a performances e concertos (mais detalhes aqui).
Terça, 23: na Grande Lisboa, bacalhau com todos
Em salada de grão, com broa, ou simplesmente assado ou à brás. Em pétalas, ceviche ou arroz de bochechas. Numa lagarada, tiborna ou açorda. Das 1001 maneiras de cozinhar o “fiel amigo”, há 40 a degustar no Bacalhau Fest, que está a decorrer em 12 municípios da Grande Lisboa durante um mês (15 de Agosto a 15 de Setembro).
Das tradicionais às inesperadas, venham da tasca ou com um toque mais sofisticado, “as receitas seleccionadas e apresentadas nos espaços reflectem a tipologia da restauração portuguesa”, assegura a organização. Os pratos e os estabelecimentos estão elencados aqui.
Quarta, 24: Castro Marim à luz das tochas
Feiras medievais há muitas. Mas esta orgulha-se de oferecer mais do que um mercado histórico, apostando em força no rigor da recriação – tanto que até disponibiliza um Guia do Bem Trajar a quem quiser recuar nos séculos a preceito (e não pagar entrada).
Depois de um par de anos de portões fechados, os Dias Medievais de Castro Marim reerguem-se, entre 24 e 28 de Agosto, para “cinco animados dias e cinco misteriosas noites”, naquela que é a sua 23.ª edição.
À luz das tochas, ao ritmo de música profana e ao sabor de gastronomia que remete para a época, a vila raiana deixa-se povoar por figuras históricas, criaturas mitológicas e actores e figurantes que representam 45 artes e ofícios: artesãos, guerreiros, malabaristas, músicos, contorcionistas, zaragateiros, bobos, jograis, encantadores de serpentes, falcoeiros...
O programa passa ainda por torneios a cavalo, uma exposição de instrumentos de tortura e banquetes onde é possível comer como um rei. A animação começa às 18h e termina à meia-noite. O preço do bilhete diário vai dos 3€ aos 7,50€; o passe, de 7,50€ a 15€. O banquete fica a 48€; a experiência Seja Rei por Uma Noite, a 60€.
Quinta, 25: Vila do Conde em travessias gastronómicas
De restaurantes, petisqueiras, bares, esplanadas, 70 bancas de produtos regionais, workshops, uma livraria especializada, animação diária e outros voos se faz a 22.ª Cozinha à Portuguesa.
A feira de gastronomia de Vila do Conde assentou arraiais nos jardins da Avenida Júlio Graça a 19 de Agosto e ali fica até dia 28, pronta a saciar o apetite aumentado por dois anos de pausa e a alimentar a vontade de viajar, num único lugar, pelos sabores do país (da Madeira a Trás-os-Montes, passando pelo Douro, Alentejo e Algarve).
Este ano, aventura-se também noutras paragens. É que o habitual restaurante temático inspira-se, desta vez, na celebração do centenário da primeira travessia aérea do Atlântico Sul e leva à mesa um menu oriundo de quatro países envolvidos na façanha: Portugal, Espanha, Cabo Verde e Brasil.
A feira está aberta todos os dias até à meia-noite, a partir das 17h de segunda a quinta e das 15h entre sexta e domingo (os restaurantes abrem para almoço, das 12h às 14h30). A entrada é gratuita.
Sexta, 26: Ponte de Lima do pomar ao copo
Mais de uma centena de variedades de sidra estão à prova em Ponte de Lima, de 26 a 28 de Agosto. É o Sidrama - Festival de Sidras e Bebidas de Pomar a estrear-se em Portugal para brindar “à bebida milenar que é hoje uma das mais importantes tendências de mercado”, sublinha a nota de imprensa.
Numa carta com garantia de propostas “sempre 100% naturais e artesanais”, entre marcas estabelecidas e outras que estão a dar os primeiros passos, há lugar para produções de várias regiões nacionais – de Carrazeda de Ansiães à Madeira – e também para etiquetas vindas de dez origens fora de portas, com destaque para o País Basco, convidado desta primeira edição do festival.
A maçã pode ser o fruto mais apetecido, mas o palato do visitante deve preparar-se para ser contemplado com híbridos de frutas e “novos conceitos vibrantes”. Gastronomia, música, workshops, colóquios, degustações comentadas por sidreiros e um “jantar secreto” completam a experiência (mais informações aqui).
O poiso do Sidrama é a Avenida dos Plátanos, das 17h à 1h na sexta-feira, das 13h à 1h no sábado e das 13h às 23h no domingo, com entrada livre. O preço por copo varia entre 1€ e 6€, consoante seja de prova ou cheio, e dependendo da sidra escolhida. Também há garrafas com preços especiais para levar para casa.
Ponte de Lima, terra com tradição nesta safra, já tinha recebido em 2019 as Sidra Talks, que serviram precisamente de antecâmara para o festival que agora acontece.