Aumentaram as ameaças a autoridades policiais e governamentais depois das buscas em casa de Trump

FBI e Departamento de Segurança Interna elaboraram um relatório sobre as ameaças, que incluem uma bomba suja e pedidos de assassínio de funcionários judiciais e policiais

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Vista aérea da casa do ex-Presidente dos EUA, Donald Trump, em Palm Beach, na Florida Reuters/MARCO BELLO

O FBI e o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS, na sigla em inglês) alertam sobre um aumento nas ameaças às autoridades policiais e governamentais depois das buscas realizadas na casa do ex-presidente Donald Trump, na Florida, na semana passada.

O DHS confirmou à Reuters que elaborou um relatório sobre as ameaças, mas recusou-se a divulgá-lo. A CNN, a NBC e a CBS tiveram, no entanto, acesso a essas informações e partilharam algum do seu conteúdo.

“O FBI e o DHS registaram um aumento nas ameaças a autoridades policiais e governamentais depois da recente execução, por parte do FBI, de um mandado de busca em Palm Beach, Florida”, pode ler-se no documento, de acordo com a CBS.

Entre outras preocupações citadas no relatório destacam-se a “ameaça de colocar uma chamada ‘bomba suja’ em frente à sede do FBI e emissão de apelos gerais a uma ‘guerra civil’ e a uma ‘rebelião armada'”.

As agências dos EUA identificaram ainda “múltiplas ameaças articuladas, pedidos de assassínios visando funcionários judiciais e policiais associados à busca em Palm Beach – incluindo do juiz que aprovou o mandado de busca”.

Também se registou “a divulgação de informações de identificação pessoal de possíveis alvos de violência, como endereços de residências e identificação de membros de família, divulgadas online como alvos adicionais.”

A maioria das ameaças foi, e continua a ser feita, através de redes sociais.

Ricky Shiffer Jr. foi um dos exemplos das consequências negativas desta actividade online. Armado e com um colete à prova de bala tentou invadir um edifício do FBI, em Cincinnati, Ohio, na passada quinta-feira – três dias depois da busca em casa de Trump. Foi morto a tiro pela polícia após uma perseguição de carro e num campo de milho.

Horas antes do ataque, Shiffer publicou na plataforma social do ex-presidente Donald Trump, Truth Social, a sua intenção de matar agentes federais. A publicação foi, mais tarde, removida pelos moderadores do site, mas outras permaneceram: “Quando [os polícias] vierem atrás de vocês, matem-nos! Sejam americanos, não uns cobardes!”

O mandado, tornado público na sexta-feira, após a busca na segunda-feira, mostrou que Trump tinha 11 caixas de documentos confidenciais na sua casa e que o Departamento de Justiça tinha uma causa provável para realizar a busca com base em possíveis violações da lei da espionagem.

No domingo seguinte, os republicanos intensificaram os pedidos para a divulgação de uma declaração do FBI que justificasse a apreensão destes mesmos documentos. Alguns aliados de Trump compararam o FBI à “Gestapo”, outros pediram que se corte o financiamento à agência federal e houve pessoas a acusar a agência de ser politicamente parcial.

O documento adverte ainda para a possível “escalada do ambiente de ameaças”: “As ameaças vistas até agora apontam para a possibilidade de que extremistas violentos possam ver as eleições interalares de Novembro, como um ponto de inflamação adicional para fazer escalar as ameaças contra supostos adversários ideológicos, incluindo forças policiais”.

“Como resultado de actividades recentes, avaliamos que os alvos potenciais da violência podem incluir agentes da autoridade, funcionários judiciais, indivíduos implicados em teorias da conspiração e opositores ideológicos que desafiam certas visões”, conclui o relatório.

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