Moradores e 432 operacionais combatem chamas em Vila Pouca de Aguiar
Incêndio começou no concelho de Vila Pouca de Aguiar, em Vila Real, às 17h desta quarta-feira. Às 00h30 desta sexta-feira continuava por dominar, com 432 operacionais e 141 veículos no terreno, mas estava a ceder aos meios.
Além de quase 500 operacionais na região, emigrantes de férias e moradores da aldeia de Reboredo juntaram-se esta quinta-feira para combater o incêndio que lavra desde quarta-feira, 27 de Julho, em Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real.
Às 00h30 continuavam no terreno 432 operacionais, apoiados por 141 veículos. Durante o dia, o combate às chamas chegou a mobilizar também 11 meios aéreos.
O segundo-comandante distrital de operações de socorro de Vila Real, Artur Mota, explicou que o incêndio tem ainda “três frentes activas com alguma intensidade”.
Incêndio Filhagosa / Tinhela de Baixo
— Riquelme (@anogenie1944) July 27, 2022
Fotos na aldeia de Covas#IRVilaPoucaDeAguiar pic.twitter.com/1WX1STGyNA
“Temos máquina rastos a tentar consolidar estas três frentes, uma em direcção da aldeia de Reboredo, que já não oferece qualquer perigo mas temos de consolidar para amanhã não voltar a colocar em perigo a localidade”, precisou Artur Mota, num ponto da situação aos jornalistas pelas 00h00.
Artur Mota referiu que a subida da humidade para os 80% criou “condições mais propícias para combater o incêndio e consolidar o rescaldo”. “É sempre ingrato porque durante o dia as temperaturas sobem muito e o vento leva a grandes preocupações. A acalmia da noite permite fazer faixas de perímetro de defesa das aldeias”, salientou ainda.
As forças de combate estão a operar com três máquinas de rasto de forma a criarem faixas de contenção que permitam depois fazer a vigilância ou rescaldo. Com o incêndio a lavrar há mais de 24 horas, estão a deslocar-se para a localidade transmontana três grupos, de Lisboa, Aveiro e Coimbra.
Chamas assustaram habitantes de Reboredo
Esta quinta-feira, ao cair da noite, as chamas aproximaram-se de novo de Reboredo, assustando os moradores da aldeia que se juntaram aos bombeiros e aos militares da GNR no combate.
O alerta chegou para o fundo da aldeia, onde as chamas voltaram a lavrar próximo das casas. Um dos moradores cedeu a água, e segundo observou a agência Lusa no local, militares da GNR juntaram-se aos bombeiros para ajudar a combater o fogo.
Houve, depois, um reforço de bombeiros e de militares da Unidade de Emergência de Protecção e Socorro (UEPS) da GNR.
“A aldeia para mim é o principal, bem como a família e os meus amigos de cá”, disse Bruno Carocha, emigrante que está há duas semanas em Reboredo e que hoje ainda se pôs a caminho da praia, mas acabou por voltar para trás. À Lusa contou que pensava que esta parte inferior da aldeia já “estava calma”, mas uma reactivação veio provocar, de novo, o receio.
“A aldeia esteve praticamente rodeada pelas chamas a tarde toda”, referiu, explicando que é com o batedor de fogo, também conhecido como abafador, que tem ajudado a apagar as chamas.
O primeiro alerta para o fogo foi dado pelas 17h desta quarta-feira e, em pouco tempo, foram mobilizados meios para o combate às chamas, que avançavam rápido numa zona pinhal de Filhagosa e Revel. O fogo chegou esta quinta-feira à aldeia de Reboredo.
Suspeito detido
Um homem de 50 anos já foi detido pela Guarda Nacional Republicada por suspeita de ter originado este incêndio. Segundo avançou a agência Lusa, será funcionário de uma empresa que realizava trabalhos nos espaços florestais, proibidos quando o perigo de incêndio rural é máximo ou muito elevado.
Este é o segundo incêndio de grandes dimensões a lavrar neste concelho numa semana. Também o fogo que deflagrou a 17 de Julho em Cortinhas, no concelho de Murça, avançou para Vila Pouca de Aguiar e queimou áreas de pinhal e mato, soutos, vinha e pastos.