No resgate das memórias dos Malmequeres cabe uma história do Porto
Galerias Mira e estudantes de jornalismo da Lusófona juntaram saberes e mergulharam na história de uma colectividade com 70 anos. Do rancho folclórico e do teatro à dança, dos casamentos e amizades às visitas da PIDE. Da glória à crise. Ainda há futuro para o associativismo?
A mãe mandava-o fazer-se ao caminho todos os dias. Artur Costa saía de casa, na Rua de Miraflor, e caminhava até ao Largo de Noêda. Na morada da avó, tomava nota de todos os “recados” por ela pedidos e saía de novo para a rua. Fazia as compras na mercearia, na padaria, no talho. “Tudo o que ela queria. Às vezes ia contrariado, mas ia.” As caminhadas do menino de “nove ou dez anos” entre os dois lugares de Campanhã foram criando “raízes” junto da “mocidade” de Noêda. E quando um grupo de rapazes e raparigas se juntou para concorrer às rusgas de São João, ele estava lá. Era o início da Associação Recreativa Os Malmequeres da Noêda – que só ganhou esse nome alguns anos depois da fundação, a 25 de Julho de 1952. Este sábado, os Malmequeres celebram os 70 anos com uma festa aberta a todos na sede, no número 17 da Travessa de Miraflor, a partir das 21 horas. E com planos de resgatar as suas memórias – numa parceria com os vizinhos das galerias Mira e a Universidade Lusófona do Porto – desenham os dias porvir.
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