Silhueta agressiva e dinâmica, linhas vincadas e a quererem dar nas vistas, um tejadilho que cai de forma abrupta a partir do pilar C. O novo 408, revelado por estes dias pela marca francesa, mas que o PÚBLICO já tinha espreitado no início de Maio, numa visita à sede em Paris, é a nova cartada lançada pela Peugeot para conquistar quem ainda se sente dividido entre uma berlina e um SUV. Posicionado entre o SUV 3008 e o topo de gama 508, o novo modelo, que só começará a circular em 2023, traz ainda uma novidade: chega sem qualquer mecânica Diesel.
A decisão de não incluir versões a gasóleo deveu-se, explicou a CEO Linda Jackson ao PÚBLICO, “aos mercados para onde o veículo vai” e onde se vê “o gasóleo a afundar e afundar”, recordando que, em 2014, o Diesel representava 60% do mercado francês quando agora não chega aos 20%.
A entrada de gama no 408 será feita, assim, a gasolina, com o tricilíndrico 1.2 PureTech de 130cv, acoplado à caixa automática EAT8, mas as estrelas deverão ser as versões híbridas de ligar à corrente: os Plug-in Hybrid 180 e 225. O primeiro combinará um motor a gasolina de 150cv a um motor eléctrico de 81 kW, enquanto o mais potente resultará da associação entre o mesmo motor eléctrico e um bloco a gasolina com 180cv — ambas as mecânicas são geridas por uma caixa automática e-EAT8.
A alimentar o motor eléctrico estará uma bateria de iões de lítio com uma capacidade de 12,4 kWh e uma potência de 102 kW. Estão disponíveis dois tipos de carregadores de bordo: um carregador monofásico de 3,7 kW proposto de série e um carregador monofásico de 7,4 kW disponível como opcional. O carregamento pode demorar entre sete horas, numa tomada doméstica de 8ª, e duas horas, numa wallbox de 7,4 kW (32A). Está ainda prevista uma motorização 100% eléctrica.
Com um comprimento de 4,69 metros e distância entre eixos de 2,79m, o 408 destaca-se pela generosa habitabilidade também para quem se senta atrás e nem o corte do tejadilho parece interferir com o espaço disponível.
A Peugeot garante ter prestado uma atenção especial ao bem-estar a bordo de todos os ocupantes, adoptando os bancos certificados pela alemã AGR à frente, que podem ser equipados com ajustes eléctricos, climatização e até massagens. Já quem se senta atrás tem acesso a duas tomadas de carregamento USB C colocadas na parte de trás da consola central (a partir do nível de equipamento Allure).
A funcionalidade é garantida pelo rebatimento fácil do banco traseiro, na proporção de 60/40, sendo a bagageira capaz de acomodar até 536 litros (1611, quando se necessita apenas de dois lugares). A abertura conta com mecanismo eléctrico, que pode ser accionado passando o pé sob o pára-choques.
Nas ajudas à condução, a Peugeot não poupou soluções e, recorrendo a seis câmaras e nove radares, incluiu no 408 cruise control adaptativo com função de paragem e arranque automáticos; visão nocturna, que alerta para a presença de animais, peões ou ciclistas no caminho, antes de serem iluminados pelas luzes de máximos; vigilância do ângulo morto de longo alcance (75 metros); e alerta de tráfego traseiro, que avisa sobre um potencial perigo ao fazer marcha-atrás.