Raiz propõe hortas verticais para ter cidades mais autónomas e sustentáveis

A empresa que está a trabalhar com juntas de freguesia inaugura a sua primeira horta vertical neste sábado, em Lisboa. O que é preciso para ter uma horta urbana em casa?

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Fazer uma horta é simples, basta “um espaço com acesso a electricidade, água e luz”, diz Lucía Salas Nelson Garrido (Arquivo)

As hortas verticais vão crescendo em tamanho e em quantidade, e a empresa Raiz quer fazer parte dessa tendência. Este sábado, inaugura a sua primeira Concept Farm, nos Arroz Estúdios, em Lisboa, a partir das 18h. Serve essencialmente “um modelo de negócio local para a comunidade”, que procura conjugar a necessidade alimentar com a sustentabilidade, explica Lucía Salas de la Pisa, Chief Marketing Officer (CMO) da Raiz, ao PÚBLICO. Mas também poderá ser feita em casa.

Depois do Beato, a empresa já tem planos para mais hortas, nomeadamente na Junta de Freguesia de São Vicente, também em Lisboa, e no Porto. Lucía Salas está convicta que “as cidades vão ter cada vez mais espaços verdes” e é nessa lógica, e seguindo essa tendência, que surgem projectos como este, diz a co-fundadora da empresa.

E as hortas verticais podem ser feitas em qualquer lugar, aponta. É simples, basta “um espaço com acesso a electricidade, água e luz”, enumera, destacando que os telhados de edifícios, pela exposição solar, são uma boa opção. E quanto mais hortas houver, melhor para o ambiente, continua. Se alguém tiver interesse em fazer a sua própria horta em casa, poderá comprar “sistemas modulares mais pequenos”, sugere.

​Uma horta vertical para dar o exemplo

No caso da horta da Raiz, reaproveitada a partir de um contentor em desuso, a redução da pegada ambiental é notória, afirma Lucía Salas. O recurso a fertilizantes é reduzido em 50% face à agricultura normal, exemplifica. Mais: a horta vai usar ainda 12 vezes menos água e 95% menos terra de cultivo do que o normal, sem qualquer pesticida.

Com um sistema automático de irrigação constante, que permite reutilizar a água de forma infinita, a nova Concept Farm espera plantar mais de 9600 plantas por ano. “A agricultura vertical é muito mais produtiva do que a tradicional, por metro quadrado”, assinala. É um tipo de agricultura que permite “cultivar e ter vegetais o ano todo com a mesma qualidade e o mesmo preço”, acrescenta Lucía Salas, sendo, assim, positivo não só em termos ambientais, mas também do ponto de vista da segurança alimentar.

A Raiz planeia organizar workshops e outras actividades educativas. Para breve está planeado um workshop que vai permitir aos visitantes cultivar manjericão e depois fazer um pesto natural. Em Portugal, há já algumas hortas verticais, nomeadamente da Upfarming, que tem quatro torres verticais na zona de Alvalade, em Lisboa. Agora, a Raiz, registada apenas em Agosto passado, procura expandir esse universo.


Texto editado por Bárbara Wong

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