Zelensky diz à NATO que Rússia quer ditar “futura ordem mundial”
Zelensky garantiu aos líderes da NATO que a Rússia não desistiu de conquistar território para lá da Ucrânia. Para travar Putin, o Presidente ucraniano pede cerca de 5 mil milhões de euros por mês, mais armamento e novas sanções.
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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que participou na cimeira da NATO, em Madrid, com uma mensagem por vídeoconferência, disse aos líderes da Aliança que o seu país precisa de mais armamento moderno e de mais financiamento para garantir a sua defesa e, assim, bloquear os planos de Vladimir Putin para atacar outros países.
Zelensky olha já para 2023. “No ano que vem, a situação poderá ser bastante pior, não só na Ucrânia, como também noutros países, provavelmente membros da NATO, que poderão ser atacados pela Rússia”, sublinhou. “A questão é: quem é o próximo alvo de Putin? A Moldova? Os Estados Bálticos? A Polónia? A resposta é óbvia. Todos eles”, disse.
“A Rússia não quer parar de tomar áreas do Sul da Ucrânia, ou da região de Donbass, no Leste da Ucrânia, onde estão a ser travadas as batalhas mais pesadas desta guerra”, descreveu o chefe de Estado. “Ele [Putin] quer absorver cidade após cidade na Europa. Cidades que considera como sua propriedade e não como parte de Estados independentes. Este é o objectivo real da Rússia”, sublinhou. Para Zelensky, a intenção russa é “escravizar” a Lituânia (país membro da NATO) em primeiro lugar.
Como custo mensal para defender a Ucrânia e prevenir um cenário pior, o líder ucraniano disse precisar de cinco mil milhões de dólares (aproximadamente 4,75 mil milhões de euros) por mês, para além de um maior apoio em armamento, nomeadamente através do envio de sistemas modernos de mísseis e de defesa aérea.
“Esta não é uma guerra da Rússia apenas contra a Ucrânia. É uma guerra pelo direito de ditar as regras na Europa e de ditar a futura ordem mundial”, repetiu. “É por isso que é absolutamente necessário apoiar a Ucrânia com armas, dinheiro e sanções políticas contra a Rússia, impedindo o país de conseguir pagar a invasão militar”, defendeu,
“Ao fornecerem mais armamento à Ucrânia, poderão estar a deitar por terra as tácticas da Rússia para destruir cidades e atacar civis”, disse Zelensky, antes de terminar com uma crítica à NATO. Durante uma cimeira em que os seus líderes preparam uma nova estratégia para aplicar ao longo dos próximos dez anos e “garantir a segurança das suas sociedades e dos seus Estados”, a Ucrânia, sublinha, sofre diariamente “bombardeamentos constantes, tortura, assassínio de crianças e estupro de mulheres”, não podendo esperar.