Greve no Metro de Lisboa com quase 100% de adesão

Convocada pela Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), a paralisação visa contestar a falta de condições de trabalho e reivindicar aumentos salariais de 0,9%.

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Daniel Rocha

A greve dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, que se realiza este domingo até às 00h, registou uma adesão perto dos 100%, indicou à agência Lusa fonte sindical.

Convocada pela Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), a paralisação visa contestar a falta de condições de trabalho e reivindicar aumentos salariais de 0,9%.

“Fazemos um balanço muito positivo desta greve. A adesão foi muito boa e andou mesmo ali perto dos 100%, mantendo-se assim ao longo do dia”, disse à agência Lusa Sara Gligó, da Fectrans, adiantando que a circulação só deverá ser retomada às 6h30 de segunda-feira.

A sindicalista disse ainda que durante o dia os sindicatos não foram contactados por ninguém da administração do Metropolitano nem pelo Governo.

“Dia 4 de Julho teremos uma reunião com o Governo e veremos se existe alguma novidade”, apontou.

A Lusa tentou contactar fonte da Administração do Metropolitano de Lisboa, mas sem sucesso.

Hoje de manhã, em declarações à Lusa, fonte da Fectrans referiu que os trabalhadores entraram em greve às 00h, mas a empresa fez com que as carruagens circulassem até às 1h30, o que, no seu entender, representa “uma violação” dos acordos estabelecidos sobre o direito à greve.

A greve, que coincide com um fim-de-semana em que decorre na cidade o festival de música Rock in Rio, provocou perturbações no serviço desde as 23h de sábado.

Segundo o sindicato, os trabalhadores decidiram manter a paralisação, prevista há algumas semanas, apesar do anúncio pelo Metropolitano de Lisboa de que já iniciou a contratação de maquinistas e o reforço das equipas de manutenção.

As contratações decorrem de uma autorização concedida pelo Governo, no âmbito do Plano de Actividades e Orçamento de 2022, para a contratação de 58 trabalhadores: 34 agentes de tráfego, 13 oficiais de manutenção, dois inspectores de obra e nove técnicos especializados.

Outro dos assuntos que não têm a concordância das organizações sindicais é o aumento salarial de 0,9% proposto pela empresa, que os sindicatos consideram estar “muito abaixo da inflação do país”.

Além da paralisação de 24 horas, os trabalhadores cumprem até ao final deste mês uma greve ao trabalho suplementar e eventos especiais.

O Metropolitano de Lisboa opera diariamente com quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião).

Normalmente, o metro funciona entre as 6h30 e a 1h.