Em Itália, caminha-se onde corria o Pó, o rio mais longo do país

Partes do maior reservatório de água doce de Itália, a linha que divide o topo da bota do resto do país (cano, sola e salto), secaram devido à pior seca dos últimos 70 anos.

O leito seco do rio Po. Partes do rio mais longo de Itália, o maior reservatório de água doce do país, secaram devido à pior seca dos últimos 70 anos GUGLIELMO MANGIAPANE/Reuters
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O leito seco do rio Po. Partes do rio mais longo de Itália, o maior reservatório de água doce do país, secaram devido à pior seca dos últimos 70 anos GUGLIELMO MANGIAPANE/Reuters

O Pó, rio mais longo de Itália, atingiu o nível mais baixo dos últimos 70 anos. Em certas partes, o maior reservatório de água doce do país chegou a desaparecer por completo, deixando um caminho de terra seca e gretada. Os reservatórios hidroeléctricos estão em níveis historicamente baixos e a seca do rio, que percorre 652 quilómetros desde a cidade de Turim até desaguar no mar Adriático, em Veneza, está a pôr em risco o acesso a água potável nos distritos densamente povoados e altamente industrializados do norte de Itália. Para quem cultiva na mais importante área agrícola do país, isto significa água salgada a infiltrar-se na terra e a murchar culturas.

O observatório que supervisiona o rio italiano disse que a procura por água na bacia do vale do Pó é elevada, mas que a oferta está “a esgotar-se após meses de quase nenhuma chuva, escreve a Ansa, a principal agência de notícias italiana. Para piorar a situação, não há sinais de abrandamento da crise, com previsões que indicam que a falta de chuva vai continuar, com temperaturas elevadas. 

Os problemas começam nas montanhas onde a neve está no seu ponto mais baixo dos últimos 20 anos — menos 50 por cento do que a média sazonal. Os glaciares dos Alpes, que funcionam como reservatórios para alimentar o rio, estão a encolher todos os anos. 

Num parque, na aldeia de Gualtieri, ciclistas e caminhantes param para espreitar o Zibello, uma barcaça de 50 metros de comprimento (164 pés) que transportou madeira durante a segunda guerra mundial, mas que se afundou em 1943. É a primeira vez que muitos a vêem, mas poucos ficam felizes com a descoberta.

Um homem caminha no leito seco do rio Sangone, um afluente do rio Po, que vive a pior seca dos últimos 70 anos, em Beinasco, Turim, Itália
Um homem caminha no leito seco do rio Sangone, um afluente do rio Po, que vive a pior seca dos últimos 70 anos, em Beinasco, Turim, Itália Reuters/MASSIMO PINCA
GUGLIELMO MANGIAPANE,GUGLIELMO MANGIAPANE
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O rio Sangone
O rio Sangone Reuters/MASSIMO PINCA
Uma visão geral do rio Po a partir do Murazzi
Uma visão geral do rio Po a partir do Murazzi Reuters/MASSIMO PINCA
Uma mulher fotografa a margem seca do rio Sangone
Uma mulher fotografa a margem seca do rio Sangone Reuters/MASSIMO PINCA
Rio Po
Rio Po Reuters/MASSIMO PINCA
Rio Sangone
Rio Sangone Reuters/MASSIMO PINCA
Pontelagoscuro, perto de Ferrara
Pontelagoscuro, perto de Ferrara Reuters/GUGLIELMO MANGIAPANE